segunda-feira, 23 de dezembro
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Nós somos sete bilhões de contas de Instagram de Deus

Deus o projetou — seu corpo físico, sua personalidade, cada centímetro de quem você é — e o conhece por inteiro (Sl 139.14-15). Você não foi um acidente. Foi criado debaixo de amor e com um propósito.

Por que Deus me fez? O que ele quer eu faça?

Muitos de nós começamos a perguntar mais seriamente isso quando estamos na faculdade. Lembro que tive de sonhar com um pouco mais de esforço quando era segundanista, e a Universidade Wake Forest me instou a decidir qual curso seguir. Era como se eu estivesse decidindo o que faria pelo resto da vida — cinquenta anos ou mais estavam em jogo.

Então, fiquei paralisado, olhando fixamente para três candidatos: Educação, Administração e Estudos Cristãos. Naquele tempo, parecia que o curso de Educação me faria feliz; o curso de Administração faria meu pai feliz; e cursar Estudos Cristãos faria Deus feliz. Acabei escolhendo Administração Empresarial.

Mas, naquele mesmo ano (o segundo), em meio a Ciências Contábeis, Recursos Humanos e Marketing, Deus me ensinou por que eu fui criado e como ele queria que eu passasse o resto da vida, independentemente de eu vir a ser professor, gestor de contas ou pastor — não importando se eu casasse ou não.

Toda pessoa solteira neste planeta tem algo a dizer sobre Deus. O Criador e Sustentador do universo fez cada um de nós, e nos supriu, ao lado de outros sete bilhões de pessoas neste planeta, com um propósito. A maioria de nós tem certa dificuldade para acreditar que realmente fomos criados por alguém e para algo muito maior do que nós mesmos. Somos educados, treinados e empregados em um mundo muito menor, um mundo centrado em nós mesmos, que só alcança até onde conseguimos enxergar.

Mas Deus nos criou, a você e a mim, para algo muito melhor do que casamento, empreendedorismo ou qualquer outra coisa que possamos escolher para nós. Se perdermos isso de vista, arriscamo-nos a desperdiçar a vida correndo em direções erradas, perseguindo sonhos mesquinhos e servindo a pequenos deuses. Quanto mais cedo respondermos às grandes questões da vida, melhor responderemos a todas as outras questões menores — como, por exemplo, o que vamos estudar, onde vamos trabalhar e com quem vamos casar.

No princípio

Muitos de nós queremos manter Deus suficientemente próximo para nos salvar, mas longe o bastante para nos deixar fazer o que quisermos. Temos de ser bastante corajosos para perguntar primeiro por que Deus nos fez. Com essa pergunta em mente, ajuda começar do início. “No princípio, criou Deus…” (Gn 1.1). A Bíblia não começa com Adão. Começa com Deus. Deus é o autor, o pintor, o criador dessa história — a história de todas as pessoas.

Então, por que Deus criou você? “Também disse Deus: ‘Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança… Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.26-27). Por que Deus fez você? Ele se repete três vezes, para deixar isso bem claro. Ele o fez à sua imagem e semelhança — para ser parecido com ele.

Por que alguém faria algo à imagem de outra pessoa — uma pintura, uma escultura, um Instagram?[1] Por que criamos as coisas parecidas com a imagem de outros — de nossos pais, de nossos melhores amigos, de nossos atletas ou de nossos artistas favoritos? Porque queremos vê-los, e queremos que outras pessoas os vejam. Por que Deus fez você?

Essa pergunta é infinitamente mais importante do que perguntar com quem casaremos (ou mesmo se vamos nos casar ou não). A resposta mais curta é que fomos feitos para mostrar aos outros um pouco de quem Deus é, compartilhar e demonstrar o amor que experimentamos nele. Nós somos sete bilhões de contas de Instagram de Deus.

Um amor bom demais para não ser compartilhado

Criados à imagem de Deus, fomos projetados para ser retratos vivos (e que respiram) dele e de sua glória — de sua beleza, de sua integridade, de sua misericórdia, de sua justiça e de seu amor (Is 43.7). Fomos formados e feitos intencionalmente, com um propósito.

A coisa mais importante que podemos fazer aqui na terra, portanto, é nos entregar por completo para dizer ao mundo, com toda a nossa vida, que Deus é mais verdadeiro, maior e satisfaz mais que nossa imaginação mais fértil — mais que a carreira de maior sucesso, a maior plataforma ou o casamento mais feliz.

Como, então, vivemos para Deus e para sua glória? Nós não tornamos Deus glorioso nem acrescentamos a ele glória alguma. Simplesmente chamamos a atenção para ele e para sua glória — para a beleza que vemos por toda parte em que procuramos, para o poder e a sabedoria infinitos sobre os quais lemos na Bíblia, para a graça e a misericórdia estonteantes que recebemos em seu amor por nós. =

O que caiu como uma bomba bem diante de mim a esse respeito foram as seguintes palavras de John Piper: “Deus é mais glorificado em nós quando somos mais satisfeitos nele”.[2] Deus começa a nos parecer tudo que ele já é por meio de mim e de minha vida — sua santidade perfeita, sua justiça imaculada, seu amor infinito — quando ele e seu amor começam a ser tudo para mim. Quando nossas vidas falam aos outros que ele é nosso maior tesouro, ele começa a parecer tão grandioso e glorioso quanto realmente é. =

Deus nos fez para nos mostrar sua glória e, ao nos mostrar mais de si mesmo, planejou tornar-nos as pessoas mais felizes que já viveram. Aprendi que, quanto maior e mais glorioso Deus for em meu coração, maior e mais glorioso ele será através de minha vida, e mais eu desejarei ser aquilo para o qual ele me criou.

Tudo para a glória de Deus

Qual é a vontade de Deus para sua vida (e para seu futuro casamento)? “[…] quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Em absolutamente tudo que você fizer — até mesmo a forma como toma Gatorade depois da ginástica ou como saboreia sua bebida predileta na Starbucks —, faça para a glória de Deus.

O que isso significa? Paulo continua dizendo que procura “ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos” (1Co 10.33). Beber e comer, trabalhar e brincar, namorar e casar, essas são maneiras de ganhar o mundo para Jesus. Convide-os para o amor sobrepujante, transformador de vida, que você encontrou. Qualquer coisa que você faça, que seja para falar sobre o que Deus fez por você e quanto ele significa para você!

Não faça nada apenas por fazer, só para se encaixar e seguir o roteiro do mundo para sua vida. Permita que toda a sua vida — sua espera, seu namoro, suas carências — seja conduzida para o propósito que Deus teve quando o criou, ao entretecê-lo com amor dentro do ventre de sua mãe (Sl 139.13). Construa sua vida sobre o amor de Deus e faça seu propósito ser a glória de Deus.

Artigo adaptado do livro Ainda Não Casei: O plano de Deus para solteiros e namorados, de Marshall Segal, EM BREVE pela Editora Fiel.

[1] John Piper apresentou-me pela primeira vez a essa ideia em seu sermão “Por que Deus criou o mundo?”, em 22 de setembro de 2012, Desiring God website. Disponível em: http://www.desiring god.org/messages/why-did-god-create-the-world.

[2]John Piper, Desiring God: Meditations of a Christian Hedonist, rev. ed. (Colorado Springs: Multnomah, 2011), 288.


Autor: Marshall Segal

Marshall Segal é assistente executivo de John Piper, graduado no Bethlehem College & Seminary em Minneapolis.

Parceiro: Desiring God

Desiring God
Ministério de ensino de John Piper que, há mais de 30 anos, supre ao corpo de Cristo com livros, sermões, artigos.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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