sábado, 7 de setembro

O alimento e a mente

Artigo adaptado do livro Refresh, de Shona Murray.

Eu sei que a maioria de vocês está cansada de ouvir falar sobre os programas de alimentação que estão na moda, dietas extremas e planos alimentares utópicos. Não se preocupe com isso, pois eu também estou. O objetivo da Academia Refresh é encontrar um equilíbrio saudável entre a utopia e o “eu não me importo”. Nosso objetivo é alcançar aquele espaço pouco frequentado do realismo prático.

Quando voltei a fazer exercícios de forma séria, fiquei surpresa com a ênfase que o professor deu à importância de fazer a refeição certa antes e depois do exercício. Ninguém pensava a esse respeito quando eu disputava corridas há algumas décadas. Contudo, passei a entender que, assim como a minha van não funciona sem gasolina e será destruída se eu inserir diesel, todas nós precisamos nos reabastecer regularmente com o tipo certo de comida se quisermos funcionar bem. Já vimos muitas coisas desde que entramos na Academia Refresh e já trabalhamos no conserto de muitas coisas em cada estação. Mas boa parte disso será inútil se não enchermos nosso tanque com gasolina premium. Nosso corpo e nossa mente ficam desgastados e precisam ser reenergizados para que não acabem se desmantelando.

Como nas estações anteriores, começamos aqui pela teologia. “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Estamos acostumadas com a ideia de glorificar a Deus com nossas bocas através do louvor e da oração, mas glorificar a Deus através do que comemos e bebemos não nos soa tão familiar assim. Contudo, é o que o apóstolo ensina. O que escolhemos comer e beber exalta ou diminui a glória de Deus.

Esse é o princípio bíblico, mas como isso funciona na prática? Nenhum livro da Bíblia prescreve uma dieta. Novamente, a verdade de Deus descoberta pela ciência pode nos ajudar. Pesquisas científicas sobre a maneira como a comida afeta nossa mente e nosso humor podem instruir nossa consciência e fortalecer nossa vontade para que sejamos capazes de obedecer à voz de Deus em 1 Coríntios 10.31.

A comida e a mente

Nós usamos a mente para aprender sobre comida, mas a própria comida ajuda nossa mente a aprender. Aliás, nosso cérebro utiliza a comida mais do que qualquer outro órgão do corpo. Utiliza mais de 50% da glicose disponível. É por isso que pular o café da manhã faz tão mal. Pular o café da manhã pode até nos dar mais tempo para trabalhar, mas nós acabamos trabalhando menos, pois nosso cérebro se vê privado de nutrientes e vitaminas essenciais. Alguns testes realizados em crianças revelaram que os cereais matinais açucarados enfraquecem a atenção e a memória, enquanto torradas, ovos, mirtilos e morangos melhoram a cognição e a coordenação. As propriedades antioxidantes das saladas limpam o cérebro de substâncias prejudiciais, e o óleo de peixe não somente fortalece o cérebro, como também ajuda a evitar a demência. Talvez você queira comer abacate antes de seu próximo exame, pois, além de reduzir a pressão arterial, melhora a oxigenação e aumenta o fluxo de sangue para o cérebro.

Uma dieta saudável não é importante somente para nosso trabalho e para nossos estudos; também é essencial para nossa vida espiritual. Em geral, Deus trabalha em nossa alma através de nossa mente, através de palavras e frases que são processadas por nosso cérebro. Portanto, qualquer alimento que prejudica o cérebro também prejudica nosso relacionamento com Deus, e qualquer coisa que fortalece o cérebro deve fortalecer nosso relacionamento com Deus. Sim, nós oramos “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”, e Deus normalmente responde com prateleiras cheias no mercado. Mas é aí que entra nossa responsabilidade de glorificar a Deus com nossas escolhas. A quantidade e a qualidade do que comemos e bebemos afetam a quantidade e a qualidade de nossas vidas intelectuais e espirituais.

A comida e o humor

O que comemos, além de afetar o que pensamos, também afeta o que sentimos. Embora algumas emoções tenham origem em nossos pensamentos, a comida também tem influência direta sobre a produção de substâncias no corpo que afetam nosso humor. Isso é algo que eu vejo com clareza na vida de minha filha diabética. Eu praticamente consigo calcular seus níveis de glicose e insulina com base em suas emoções. Mas não é necessário ser diabética para sentir que alguns alimentos nos tornam irritadiças e mal-humoradas, enquanto outros nos deixam felizes e cheias de energia. Os cientistas estão nos ajudando a entender melhor essas conexões, pois, através de exames PET, podemos descobrir a maneira como determinados alimentos afetam diferentes partes de nosso cérebro, produzindo emoções distintas. Por exemplo, descobriu-se que alimentos com fibras solúveis (p. ex., aveia, morangos e ervilhas) desaceleram a absorção de açúcar no sangue, o que reduz as variações de humor. As substâncias que fazem o cérebro funcionar com eficiência (neurotransmissores) são multiplicadas por alimentos como nozes e salmão, bem como por aqueles que são ricos em vitamina D. Esquimós e outras comunidades que vivem da pesca experimentam baixos índices de depressão. Por outro lado, comida de lanchonete aumenta os níveis de estresse, e é comum que mulheres com depressão apresentem deficiência de ácido fólico (que pode ser encontrado na lentilha e nos brócolis).

Quando estamos tristes e estressadas, talvez seja necessário ler mais a Bíblia; mas talvez também seja necessário praticar melhor alimentação. Versos bíblicos não podem neutralizar as regras nutricionais básicas que Deus inseriu neste mundo.


Autor: Shona Murray

Ministério: Ministério Fiel

Ministério Fiel
Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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