A Palavra de Deus nos ensina a perseverança, que desistir da vida com Cristo não deve ser considerada como uma opção. Ao contrário disso, devemos seguir firmes em direção ao alvo, sabendo que quem completa fielmente a boa obra em nós é o Senhor. Para ajudar você, nosso querido leitor, a seguir em frente na perseverança, separamos 10 versículos-chave com comentários adaptados da nossa Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância.
- Tiago 5.7–11
Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas. Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor. Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque to Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo.
Os santos precisam de paciência enquanto aguardam a prometida vindicação de Deus para seu povo. Deus promete justiça para corrigir formas prevalecentes de injustiça neste mundo (Lc 18.1-8).
“Eis que o juiz está às portas” esse versículo reflete o senso urgente da proximidade da vinda de Cristo. A “vinda do Senhor” pode acontecer a qualquer momento. Tiago está ecoando a esperança do Novo Testamento acerca do retorno de Jesus no fim do tempo. Tiago pode também estar pensando na proximidade radical do julgamento que cada pessoa enfrentará, pois, à luz da eternidade, a vida de uma pessoa, em qualquer idade, logo acabará, e, depois, cada pessoa comparecerá diante do julgamento de Deus (cf. v. 3, no qual Tiago menciona os “últimos dias”). Crentes professos podem ser revelados como falsos crentes e julgados se não tiverem fortalecido o coração (cf. v. 8) e demonstrado fé genuína com a produção de fruto
(2.14-26; 3.17-18). De fato, trata-se de uma advertência de julgamento para a comunidade da Igreja (cf. Mt 7.15-23), e não para os pagãos incrédulos.
Perseverança e paciência são exigidas em face da prometida “vinda do Senhor”, que “está próxima”. Ou seja, a vinda final de Cristo pode acontecer a qualquer momento.
Os profetas e, em especial, Jó são exemplos a serem seguidos pelos ouvintes que acabaram de ser exortados a ter paciência (vv. 7-9).
- 1 Pedro 2.19–20
Porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus. Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus.
- Hebreus 12.7
É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?
- Tiago 1.2–4
Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.
Crentes irmãos aos quais Tiago se dirige em termos familiares, como convém àqueles que têm Deus como seu Pai.
“Tende por motivo de toda alegria” é um chamado a entender o sofrimento pelo ângulo da confiança na soberania de Deus. O que se diz em seguida exige pensamento cuidadoso por uma perspectiva teológica.
Vários tipos de circunstâncias inquietantes – provações, frequentemente relacionadas à perseguição, como aquela que os cristãos primitivos enfrentaram.
Provações podem ser consideradas alegria pura somente quando há o conhecimento de que são designadas por Deus para cumprir um propósito. São testes de fé dados a fim de se desenvolver a perseverança. A perseverança, por sua vez, produz um caráter cristão maduro (Rm 5.3).
- 2 Timóteo 2.11–13
Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; use o negamos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.
“Se já morremos com ele” é uma referência à união do crente com Cristo, em sua morte na cruz (Rm 6.3-11).
“Se perseveramos” refere-se à perseverança em meio a dificuldades (v. 10).
A figura do Novo Testamento sobre a glória eterna que os crentes – também com ele reinaremos – recebem por meio de Cristo (Mt 19.28; Rm 5.17; Ap 3.21. 5.10; 20.4, 6; 22.5).
Uma advertência solene contra a apostasia – se o negamos, ele, por sua vez, nos negará –, fundamentada nas palavras do próprio Jesus (Mt 10.33).
“Se somos infiéis, ele permanece fiel” – trata-se de uma afirmação maravilhosa da segurança de que, embora sejamos chamados a perseverar e ser fiéis, a salvação não depende, em última análise, de nossa fidelidade, mas da perfeita fidelidade de Cristo (v. 19).
A esperança cristã está firmemente arraigada no caráter imutável de Deus (Nm 23.19; Tt 1.2) e em seu propósito imutável para seus eleitos (Hb 6.13-20).
- Romanos 5.1–5
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.
Muitos manuscritos apoiam “tenhamos” paz, mas os melhores manuscritos e o fluxo do argumento de Paulo apoiam a primeira tradução. O fato de que “recebemos, agora, a reconciliação” (v. 11) implica que já estamos em paz com Deus. Com a paz estabelecida no evangelho, agora temos acesso à presença de Deus. O muro de separação foi removido. Essa paz não é uma trégua sujeita a um novo conflito. É uma paz permanente, produzindo não somente ausência de hostilidade, mas também presença de comunhão e intimidade com Deus.
A esperança no Novo Testamento é a certeza de algo ainda não experimentado em sua plenitude (8.24, 25), bem diferente de um pensamento incerto e ansioso. O fato de essa esperança não ser frustrada é garantido aqui e agora pelo amor de Deus, que o Espírito derrama no coração dos crentes (vv. 4, 5).
A experiência — a qualidade de ser aprovado por meio de testes — é produzida pela graça do evangelho e demonstrada na fé que persevera em meio à aflição. Ela confirma nossa confiança de que a glória pela qual esperamos um dia será nossa (8.17-25).
- 2 Timotéo 4.7
Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.
Com essas três metáforas, Paulo quer simbolizar o fim de seu ministério. Sua preocupação não é que tivesse sido um sucesso, mas, em vez disso, que tivesse sido fiel ao seu Senhor. Com metáforas semelhantes, Paulo havia exortado Timóteo a ser fiel (1Tm 6.12; 2Tm 2.4).
- Hebreus 12:1–2
Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, 2 olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, ao qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.
12.1 nuvem de testemunhas. Os leitores estão realmente correndo diante de uma grande multidão de pessoas que já terminaram a corrida com honrarias.
Essas pessoas que já terminaram são aquelas mencionadas no capítulo 11. O exemplo deles encoraja os leitores e os admoesta, caso venham a tropeçar.
Entre os fardos a serem lançados fora, estão o medo que retrocede diante do sofrimento (10.38, 39), a amargura que contamina os outros (v. 15) e a sensualidade que busca satisfação imediata (v. 16).
Corramos… a carreira. As competições esportivas dos gregos eram uma analogia comum no Novo Testamento sobre a vida cristã (1Co 9.24-27; Fp 2.16; 2Tm 2.5; 4.7, 8). Tal qual um velocista, o cristão deve estar em constante movimento rumo ao alvo, apesar da oposição que sofre. Isso exige esforço e persistência tenazes, que são aprendidos por meio de disciplina constante.
A nuvem de testemunhas do Antigo Testamento nos inspira, mas nosso principal encorajamento se encontra na pessoa e na obra de Cristo, que foi adiante de nós como o “Autor e Consumador” de nossa fé, sendo também, na corrida, o supremo exemplo de fé (v. 3).
Consumador da fé. Como “consumador”, Jesus tem levado a fé de todos os que se aproximam de Deus, por meio dele, ao seu alvo tencionado: adoração grata e aceitável a Deus, apresentada em sua presença (10.14; 11.40; 12.28).
Jesus suportou a cruz ao antever a alegria de ser o Salvador de seu povo, quando o sofrimento necessário acabasse. Assim como Moisés olhou para seu galardão (11.26), também Jesus estava ciente de sua própria recompensa. Outra interpretação possível, embora menos provável, é a tradução “em lugar da alegria que lhe estava proposta”. tradução, Jesus escolheu sofrer no lugar da alegria que teria sido sua caso tivesse se recusado a morrer, permanecendo, em vez disso, no céu (Fp 2.6), ou se, pelo menos, tivesse evitado a cruz na terra (Jo 10.17, 18; 12.27).
A crucificação era uma forma tão vergonhosa de execução que era proibido aplicá-la aos cidadãos romanos. Além disso, os judeus acreditavam que todo indivíduo que fosse “pendurado em madeiro” era maldito por Deus (Gl 3.13; cf. Dt 21.23).
- 2 Corinthians 4.16–18
Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.
Esse versículo repete a expressão do v. 1. Deus glorifica a si mesmo até por meio da fraqueza e do desencorajamento do ministério de Paulo.
nosso homem exterior se corrompa. O contraste entre exterior e interior não é apenas entre o corpo e a alma, mas entre toda a nossa pessoa que compartilha a decadência endêmica no presente século mau e toda a nossa pessoa que é renovada pelo poder de ressurreição do Espírito Santo. Mas o foco de Paulo aqui está na vulnerabilidade do corpo à aflição, em contraste com nossa participação espiritual na vitalidade do Espírito.
A expressão “momentânea tribulação” é uma ironia. Paulo retrata a aflição vitalícia como “momentânea”, a fim de estabelecer um acentuado contraste com a eternidade de bênção que aguarda os crentes (ver Sl 30.5; Is 54.7). De modo semelhante, Paulo caracteriza essas tribulações, listadas em 4.8-12; 6.4-10 e 11.23-33, como “leves” (embora poucos as julguem assim), quando considera o “peso” da glória vindoura, com a qual as misérias presentes não podem ser comparadas.
Essas tribulações estão preparando uma grande recompensa para os crentes. Nossa fé e nossa obediência no sofrimento agradam a Deus, e ele não esquecerá (Rm 8.17, 18; 1 Pe 1.6, 7).
Tribulações nesta vida são não apenas leves e insignificantes, em comparação à importante e significativa glória que gozaremos na eternidade, como também nos preparam, na providência de Deus, para aquela glória.
Tema frequente neste livro (5.7, 12; 6.8-10). O mundo invisível é mais real e mais importante; o mundo visível está passando (ver 1Co 7.31). Paulo não está endossando um dualismo filosófico ou religioso que deifica a realidade imaterial e desvaloriza todas as coisas físicas. Ele espera ansiosamente pela ressurreição dos corpos dos crentes porque Cristo ressuscitou (1Co 15.12-58). Ele compara a ressurreição do corpo a uma “casa” eterna e define a esperança cristã não como uma liberdade de existência corporal (“nus”, “despidos”), mas, sim, como sermos “revestidos” de corpos gloriosos, imunes à maldição (5.1-4).
- Colossenses 1.10–12
Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria, dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.
Edição por Renata Gandolfo.

Este artigo faz parte da série Versículos-chave.
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