sábado, 23 de novembro
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Avançando a causa do evangelho na periferia (4/8)

Desenvolvimento de líderes

Esta é uma área chave do ministério na periferia. Muitas igrejas locais neste assunto entregam completamente suas responsabilidades para os seminários, o que pode, em alguns casos, resultar em perda para a igreja e para a pessoa que está sendo treinada. Certamente, na periferia, nós precisamos ter claramente definida uma abordagem multifacetada para desenvolver a próxima geração de líderes. É claro que os líderes mais efetivos são líderes locais, mas o que devemos fazer quando isso não está acontecendo, ou provavelmente não acontecerá por muitos anos? Eu não sou um líder realmente local (de Niddrie), mas eu sou um líder de mesma origem cultural. Eu cresci numa periferia no norte da Inglaterra e, por essa razão, eu conheço a “cultura da periferia”. Em minha equipe ministerial, eu tenho um grupo que consiste de pessoas de classe média vindas de fora (os de fora da cultura), pessoas da localidade e outras de mesma origem cultural. Cada um deles têm suas forças e fraquezas.

“Os de fora da cultura”

Estes são geralmente jovens de classe média que têm a periferia no coração, mas não tem a experiência de vida e/ou mentalidade formada por essa cultura.

Positivo: Eles são normalmente muito inteligentes, bons em aprender e trazem um senso de autodisciplina para equipe. Eles podem ter passado por algum treinamento teológico formal, ou podem estar pensando em fazer isto no futuro. Eles vêm a Niddrie para ganhar alguma percepção e experiência real do que é estar envolvido em um ministério em tempo integral, particularmente neste contexto. Eles quase sempre são fortes em suas habilidades interpessoais.

Negativo: Eles quase sempre são extremamente ingênuos quando se trata de lidar com (algumas) situações de manipulação. Eles também tendem a ter uma visão altamente romantizada do “pobre” e esta pode resultar em depressão e desanimo quando a realidade chega. A taxa de evasão neste grupo é alta, talvez 80% ou mais não entram para este tipo de ministério. Contudo, aqueles que passam pelos primeiros dois anos normalmente ficam por muito tempo. Eles podem ter uma tendência para paternalismo quando lidam com pessoas da localidade que eles veem como menos instruídas, menos inteligentes ou menos capazes de lidar com pensamentos teológicos complexos do que eles. Isto fica quase sempre evidente na falta de crescimento entre aqueles que eles alcançam e/ou estão discipulando porque frequentemente eles são mimados ou superprotegidos.

Líderes locais

Este grupo é o futuro à longo prazo do trabalho na periferia. Em Niddrie, muitos de nossos convertidos estão na faixa de 30 a 40 anos de idade (nós temos um estranho na faixa dos 20), mas, independente da idade, muitos deles têm sérios problemas mentais e/ou psicológicos. Eles simplesmente não foram feitos para posições de liderança. Eles são fortes em termos de habilidade relacional com pessoas na comunidade, mas eles não serão a futura liderança da igreja local na periferia. Isto dependerá de um plano de 10 anos (no mínimo). Razão pela qual a equipe ministerial da igreja na Comunidade Niddrie se comprometeu por pelo menos 10 anos e porque, após nos tornarmos independentes, nós mudamos muito do nosso foco para o trabalho com crianças e jovens na periferia. Nós precisamos ter um ministério dinâmico nesta área. É fato que quase nenhum jovem se converteu em Niddrie na última década. Eu estou disposto a arriscar e dizer que essa situação não está restrita a nossa periferia.

Nossos futuros líderes locais estão com aproximadamente 5 anos de idade agora, e, por isso, precisamos investir o nosso tempo, energia e recursos em evangelizar e discipulá-los, possibilitando que cresçam para ser a próxima geração de lideres cristãos nascidos em Niddrie. Como cristãos nas periferias, precisamos trocar a tendência de “mudar-se para melhor”, por “ficar e desenvolver”. Nós precisamos ficar e precisamos ajudá-los a ficar para construir e estabelecer uma comunidade cristã forte, saudável e dinâmica no coração da comunidade.

Líderes com a mesma cultura

Nós podemos continuar recrutando pessoas de fora da cultura enquanto trabalhamos nos objetivos de longo prazo, mas eu acho que perdemos um truque em nosso contexto quando não damos valor para líderes de um mesmo pano de fundo cultural. Eu tenho dois jovens homens na minha equipe atualmente, um escocês e outro inglês. Ambos estiveram presos e cresceram na periferia. Eles possuem uma percepção cultural inata e uma intuição que não podem ser ensinadas. Eles são destemidos quando se trata de lidar com as pessoas da localidade e não têm nenhum problema em compartilhar o evangelho ousada e agressivamente. Eles têm muitas fraquezas, e uma delas não sem importância é uma forma de viver meio caótica. Eles cometem erros, pode faltar a eles disciplina pessoal e eles podem ter dificuldade em vencer a estagnação. Mas eles são ensináveis, espertos e absorvem ensinamento bíblico e doutrina. Novamente, eles aplicam a Bíblia de forma intuitiva sem que alguém tenha que pedir. Existem muitos homens e mulheres assim por todo o país, normalmente isolados como um dedo machucado em congregações de classe média.

Eu já perdi a conta do número de ligações que eu recebo de igrejas espalhadas pelo país falando sobre “fulano” que veio de uma “situação difícil” (leia prisão e/ou drogas) e está “tendo dificuldades de se integrar na igreja” (leia “nós não sabemos como nos adaptar a este indivíduo e ele provavelmente estaria melhor com você”). Em um nível, igrejas como esta deveriam parar de reclamar e apenas lidar com a situação. Faria muito bem a todas as igrejas do país ter pelos menos duas pessoas vindas de uma “situação difícil” e aprender como cuidar delas biblicamente. Não somente isto, mas discipulá-los e se arriscar lhes dando alguma responsabilidade de liderança. O fato é que uma vez que você tenha vindo de uma “situação difícil”, o perigo é que você se torne o “testemunho oficial” daquela igreja, separado para eventos evangelísticos, mas não visto de fato como um líder em potencial. Digo isso para as pessoas legais de classe média sem “problemas” e que não tem a mesma “bagagem” (se examine!).Em Niddrie, uma das áreas ministeriais que eu gostaria de desenvolver é um curso de treinamento in loco para líderes com este pano de fundo cultural, para poder discipular melhor, equipar e enviar cada um deles às milhares de comunidades necessitadas por todo o país. Nós poderíamos fazer um bom estrago em favor do reino com esta abordagem estratégica de treinamento. Eu acho que esta pode ser uma área chave enquanto tentamos reconquistar terreno em muitos destes lugares.

Este é um tópico sobre o qual eu quero escrever, inclusive lidando com as questões financeiras desta abordagem. Contudo, em parceria com a Porterbrook Training Material, eu acredito que o futuro pode ser muito bom para muitas de nossas periferias na Escócia. Eu acho que pode ser estruturado por meio destes “tipos de liderança” e ajustado para nossas necessidades específicas. O que nossas comunidades precisam é de líderes cristãos jovens, fortes e de todos os panos de fundo, trabalhando juntos, unidos por Cristo e avançando para o reino de Deus em algumas das áreas mais carentes do nosso país.

Por favor, ore por nós à medida que refletimos e trabalhamos nestas ideias em parceria com outros.


Autor: Mez McConnell

É pastor sênior da Niddrie Community Church, Edimburgo, Escócia. É fundador do 20schemes, um ministério voltado para plantação de igrejas nos lugares mais difíceis da Escócia. Desde 1999, McConnell tem se envolvido com o ministério pastoral, tanto em plantação quanto revitalização.

Parceiro: 20schemes

20schemes
20schemes existe para edificar igrejas saudáveis centradas no evangelho para as comunidades mais pobres da Escócia.

Ministério: Ministério Fiel

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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