sábado, 14 de dezembro
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Nosso lugar de refúgio

Vivemos num mundo pervertido, onde enfrentamos constantemente um exército de tristezas e problemas. Grande parte de nossa vida é gasta em chorar os males presentes e passados ou em temer os que ainda estão no futuro.

Ora, existe um firme alicerce de paz e segurança para aqueles que experimentam tais aflições em favor de outros, ou que, pessoalmente, enfrentam tais perigos. Jesus Cristo é um refúgio em qualquer situação; há uma base para apoio racional e paz, na pessoa dEle, sem importar o que nos ameace. Aquele cujo coração está firmado e confiante em Cristo, não precisa temer más notícias. “Como em redor de Jerusalém estão os montes” (Sl 125.2), assim está Cristo em derredor daqueles que nEle confiam.

Vejamos como Jesus Cristo é um alicerce suficiente para a paz e a segurança.

Cristo comprometeu-se a amparar todos aqueles que O temem, contanto que O busquem. Essa é a obra na qual Ele se empenhou antes mesmo da fundação do mundo. É o que sempre ocupou seus pensamentos e intenções; desde a eternidade, encarregou-se de ser o refúgio dos temerosos.

Sua sabedoria é tal que jamais tomaria sobre Si um encargo para o qual não fosse idôneo. Aqueles que estão aflitos e na tormenta do medo, se vierem a Jesus Cristo, serão libertados de seus temores, pois Ele tem prometido protegê-los. Ele disse aos seus discípulos: “Não temais” (Mt 10.31).

Cristo, por sua livre vontade, se tornou a garantia daqueles que nEle confiam. Espontaneamente se colocou no lugar deles. Por sua própria iniciativa, encarregou-Se de ser o responsável por eles, como o bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10.11).

Se estão em Cristo Jesus, a tempestade dos problemas recai sobre Ele e não sobre aqueles; assim como quando estamos debaixo de um bom abrigo, a tempestade que deveria cair sobre nossas cabeças, cai sobre o abrigo.

Cristo foi escolhido e encarregado pelo Pai para essa obra de amparo das almas desamparadas. Jesus Cristo quis que a ira do Pai fosse descarregada contra sua própria cabeça, e não sobre nós, miseráveis pecadores.

Por muitas vezes, Cristo é chamado de eleito de Deus, ou seu escolhido, por haver sido selecionado pelo Pai para essa obra. Os nomes “Messias” e “Cristo” significam “ungi- do”, porquanto Deus O nomeou e capacitou para a tarefa de salvar o seu povo. Cristo disse: “A vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho e crê nele tenha a vida eterna” (Jo 6.40 – ARC).

No tocante à salvação, se estamos em Cristo Jesus, a justiça e a lei passam de largo com respeito aos nossos pecados, sem nos atingir. A razão do medo e do desespero do pecador é a justiça e a lei de Deus. Cada letra e cada sinal da lei têm de ser cumpridos (Mt 5.18). É mais fácil que o céu e a terra sejam destruídos do que a justiça não venha a ser executada; não há possibilidade de que o pecado escape à justiça.

Mas, se a alma trêmula e desesperada, temerosa da justiça, correr para Cristo, encontrará nEle um esconderijo seguro. “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo” (Gl 3.24). Cristo sofreu o golpe da justiça, e a maldição da lei caiu toda sobre Ele; Cristo sofreu toda a vingança que se destinava ao pecado que cada um de nós cometeu. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar” (Gl 3.13).

Portanto, se Cristo sofreu pelo crente, já não é necessário que este sofra; e por que teria o crente de temer? Se aqueles que temem se aproximarem de Cristo, nada mais terão a temer das ameaças da lei. Ela não lhes diz respeito.

O amor de Cristo, sua compaixão e misericordiosos cuidados são tais, que podemos ter a certeza de que Ele está pronto a receber todos quantos vêm a Ele. Ele é tão cheio de amor e bondade, que está disposto a nada menos que nos receber e defender, se formos a Ele. “O que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37). Cristo está mais do que pronto a compadecer-se de nós. Seus braços estão abertos para receber-nos. Deleita-Se quando almas desesperadas O procuram.

A excelência de Cristo é mais do que suficiente e satisfatória para a alma. A alma busca aquilo que lhe é superior. A alma carnal imagina que as coisas terrenas são excelentes. Alguns dão mais valor às riquezas, outros têm na mais alta estima as honras, e, para outros, os prazeres carnais parecem ser os mais revigorantes. Porém, a alma não pode achar contentamento em nenhuma dessas coisas, pois cedo descobre o fim daquilo que lhe dava algum consolo.

A verdadeira excelência acha-se em Jesus Cristo, e quando os homens chegam a conhecê-la, sua busca termina, e suas mentes encontram o descanso. Em Cristo, as suas mentes vêem uma glória transcendente e agradável. Percebem que até então estiveram perseguindo sombras, mas que, agora, encontraram a substância, a realidade. Antes, buscavam a felicidade num riacho, mas agora encontraram-na no oceano. É exata- mente como Cristo prometeu. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).

A manifestação do amor de Cristo dá à alma satisfação abundante. Entre amigos terrenos têm havido exemplos de grande afeição. Mas nunca houve amor igual ao de Cristo para com os crentes.

Sendo Ele o caminho para o Pai, há nEle provisão para satisfazer e contentar a alma sedenta e ansiosa. Estamos naturalmente separados de Deus por causa de nossos pecados; e Deus está longe de nós — nosso Cria-dor não está em paz conosco. Em Cristo, porém, há um meio de livre comunicação entre Deus e nós, a fim de que possamos ir a Deus e de que Ele se comunique conosco pelo Espírito Santo.

Jesus deixou isso claro, ao dizer: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).

Cristo infunde forças e um princípio vital e novo na alma cansada que apela para Ele. O pecador, antes de vir a Cristo, está tão enfermo quanto um homem enfraquecido e esgotado, cujo organismo tenha sido consumido por grave enfermidade. Está cheio de dores e tão fraco, que não pode andar nem ficar de pé. Por isso, Cristo é comparado a um médico. “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes” (Mt 9.12). Quando Ele vem e profere uma palavra, instila um princípio vital naquele que antes estava morto (Jo 11.25-26). Ele transmite o início da vida espiritual e o começo da vida eterna.

Cristo proporciona o seu Espírito, o qual acalma o coração e é como uma brisa refrescante. Ele outorga aquela força mediante a qual ampara as mãos prostradas e fortalece os joelhos débeis.

Cristo dá profundo consolo e gozo àqueles que vêm a Ele, e isso basta para que se esqueçam de toda a luta anterior. Um pouco da paz verdadeira, um pouco da alegria do evidente amor de Cristo, um pouco da esperança da vida eterna são todo-suficientes para compensar toda a luta e a fraqueza e para apagá-las de nossa memória. Essa paz, que resulta da verdadeira fé, ultrapassa o entendimento e é um gozo inefável (Fp 4.7).

Considere a Cristo como um remédio para as suas aflições. Você não precisa de asas de pomba para voar a um refúgio distante e descansar, pois Cristo está bem perto.

Não é mistério realizar prodígios para obter esse descanso. O caminho está desimpedido. Basta vir a Cristo; é suficiente sentar-se à sombra dEle, a “grande rocha em terra sedenta” (Is 32.2). Cristo não exige dinheiro em troca de sua paz. Mas chama-nos para O buscarmos livremente e sem preço. Ainda que pobres e sem dinheiro, podemos ir a Ele. Cristo não se dá por aluguel; Ele deseja tão-somente outorgar-lhe esse descanso. Como Mediador, sua obra consiste em dar descanso aos exaustos. E nisso Ele se deleita.

Há em Cristo descanso e doce refrigério para aqueles que estão cansados das perseguições. A maior parte do tempo, o povo de Deus tem sido perseguido neste mundo. Há intervalos ocasionais de paz e prosperidade, mas geralmente acontece ao contrário.

Satanás tem usado de grande malícia contra o povo de Deus, na medida em que esse povo procura seguir a Deus. Assim, por muitas vezes, o povo de Deus tem sido extremamente perseguido, e milhares têm sido condenados à morte. Satanás está sempre pronto, “como leão que ruge procurando alguém para devorar” (I Pe 5.8).

Cristo tem se dado a nós para ser tudo aquilo de que precisamos. Necessitamos de vestes, e Cristo não apenas nos dá vestes, mas também a Si mesmo, para ser a nossa vestimenta. “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes” (Gl 3.27).

Em Cristo há provisão para satisfação e pleno contentamento das almas sedentas e necessitadas. Cristo é “como ribeiros de águas em lugares secos” (Is 32.2 – ARC) ou em um deserto ressequido, onde há grande escassez de água e os viajantes morrem de sede.

Cristo é um rio de águas, pois há nEle uma plenitude tal, uma provisão tão abundante, que satisfaz a alma mais necessitada e ansiosa. Cristo é suficiente não só para uma alma sedenta, mas também é a fonte que nunca seca, sem importar quantos venham a Ele. Um homem sedento não esgota esse rio, ao saciar nEle continuamente a sua sede. “Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14).

Como somos felizes quando nossos corações ficam persuadidos a se achegarem a Jesus Cristo! Oh! Que sejamos persuadidos a nos ocultarmos nEle! Que maior segurança poderíamos desejar? Ele se comprometeu a defender-nos e salvar-nos.

Nada temos a fazer, além de descansar nEle calmamente. Aquiete-se e veja o que o Senhor Jesus fará por você. Se tiver de haver sofrimento, esse será da parte do Senhor Jesus, por você; nada terá de sofrer. Se alguma coisa tiver de ser feita, Cristo há de fazê-la. Você nada terá de fazer, além de permanecer quieto e olhar. “Mas os que esperam no SENHOR, renovam as suas forças” (Is 40.31).


Autor: Jonathan Edwards

Jonathan Edwards é uma das figuras mais extraordinárias da história norte-americana. Certamente o teólogo mais brilhante nascido na América, Edwards foi um atencioso pastor, um renomado pregador, missionário, biógrafo, filósofo, presidente de Universidade, marido amoroso e pai afetuoso de onze filhos.

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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