Embora nem todos os pastores sejam tentados a pregar o sermão de outro pastor, a maioria depende das opiniões, do discernimentos e da sabedoria erudita de outros pastores em comentários, ferramentas de idiomas e escritos teológicos. Sejamos realistas! Vivemos num tempo abençoado! Temos acesso fácil aos pensamentos das mentes teológicas mais brilhantes da história. E podemos saber o que pensam sobre quase todas as passagens da Bíblia. Tendo acesso a esses eruditos, a tentação com que deparamos é depender dos pensamentos e discernimentos de outros, antes de formularmos nossos próprios pensamentos sobre a passagem. Qual é o equilíbrio aqui? Quando um pregador deve consultar os eruditos? Quando ele deve ter suas próprias percepções?
As palavras de Andrew Fuller, um pastor inglês do século XIX, são tão corretas em nosso tempo saturado de comentários quanto eram em seus dias de recursos escassos. Fuller escreveu isto numa carta dirigida a um jovem pastor:
“O método que eu seguia era, inicialmente, ler o texto com atenção e, à medida que prosseguia, anotar o que primeiro me impressionava como o significado. Depois de reduzir essas anotações a algo como um esquema da passagem, eu examinava os melhores eruditos que lograva conseguir e, comparando meus primeiros pensamentos com os deles, tornava-me mais capaz de julgar a exatidão de meus pensamentos. Alguns eram confirmados; alguns, corrigidos; e muitos outros, acrescentados. Mas recorrer primeiro aos expositores é ignorar o exercício de seu próprio julgamento.”
Como pastores, devemos ser gratos pela abundância de comentários e escritos teológicos disponíveis para nós. Use-os! Permita que confirmem ou mesmo corrijam seus próprios pensamentos depois de você ter feito seu próprio estudo. Mas guarde-se de confiar demais neles. Pastores ocupados são frequentemente tentados a seguir o caminho do menor esforço e pregar os pensamentos de outros, em vez de realizar o trabalho árduo de permitir que o Espírito do Deus vivo trabalhe o texto em nós como uma mensagem que falará especificamente ao nosso rebanho. Pregação bíblica, autêntica e cheia do Espírito acontece quando um pregador foi profundamente impactado por uma passagem. É tão necessária hoje quanto o foi nos dias de Fuller.
Artigo adaptado do livro O ministério do pastor: Prioridades bíblicas para pastores fiéis, de Brian Croft, publicado pela Editora Fiel.