quinta-feira, 28 de março

Pastor, pregue com seu povo em mente

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A tarefa de pregar é mais do que apenas pregar a Palavra; envolve aplicar cuidadosa e sabiamente essa Palavra à vida das pessoas confiadas ao seu cuidado. Enquanto você se prepara para pregar a Palavra de Deus, dever ter seu povo em mente. Pense nas dificuldades que estão enfrentando, nos desafios presentes em suas vidas. Como a Palavra de Deus nessa passagem pode ministrar-lhes graça? Faça perguntas como: “De que maneira essa passagem se relaciona ao casamento de Joe? Como essa característica de Deus fala à dor que Margaret está sentindo depois de perder seu marido? Como essa passagem ajuda Sara a cuidar mais fielmente de sua casa? Como ajuda Doug a lidar com seu chefe difícil? Ou como essa passagem ministra graça a Sally, que acabou de saber que tem câncer?” Um pastor deve ter em mente pessoas específicas, para ajudá-lo a aplicar a verdade da Palavra de Deus diretamente às situações singulares de sua congregação.

Outra maneira de ser atencioso e consciente de seu povo é pensar quanto tempo você deve pregar. Biblicamente, não há um tempo específico para uma mensagem. Portanto, a extensão da mensagem deve ser determinada por vários fatores, afetados grandemente por seu contexto cultural e pelas necessidades espirituais de seu povo. Em primeiro lugar, considere a maturidade espiritual de seu povo, em que ponto eles realmente estão e em que ponto deveriam estar. Devemos sempre desafiar nosso povo a crescer; mas ouço falar de pastores que pregam sermões longos, sabendo muito bem que sobrecarregam a maior parte de sua congregação. O argumento deles é que estão forçando seu povo, expandindo-o para que, assim, eles possam ouvir a Palavra de Deus pela quantidade de tempo que o pastor acha apropriada. Por todos os meios, incentive sua congregação a crescer, mas não a exaspere, nem destrua seu amor à Palavra ao pregar sermões longos que seus ouvintes não conseguem assimilar. Deus tem de fazer sua obra. Pregue fielmente, mas encontre-os onde eles estão. Permita que Deus os conduza ao lugar em que precisam estar. Sua pregação deve levá-los a anelar por mais, e não a desejarem que você acabe o mais rápido possível.

A extensão de uma mensagem também deve basear-se em seus próprios talentos e habilidades. Seja honesto. Quão bom e quão maduro você é como pregador? Sou propenso a gastar muito tempo com outros pastores que amam ler os puritanos; e, quando lemos que esses homens pregavam sermões de uma ou duas horas, é tentador pensarmos: Ei, eu quero ser como os puritanos. Mas a verdade é que muitos que desejam pregar por uma hora ainda não são tão bons e tão maduros para pregar por uma hora inteira. Cada pastor precisa avaliar honestamente sua própria pregação. Se você tem dificuldade para fazer isso, obtenha a opinião de pessoas nas quais você confia: sua esposa, um amigo ou um presbítero confiável. Esteja pronto para ouvir a opinião deles e receba-a como um convite a crescer e aprender. Se você ainda está em seu primeiro ano de pastorado em uma igreja, é provável que seus sermões precisem ser mais curtos e mais simples do que você talvez ache que deveriam ser.

Por último, conforme já mencionei brevemente, você deve lembrar que é bom deixar seu povo anelando por mais, e não por menos. Todo pastor já teve essa experiência. Sentimos que estamos perdendo as pessoas e ainda temos dez minutos de sermão. Dê o tempo apropriado à pregação da Palavra de Deus, mas, ao mesmo tempo, tente deixar seus ouvintes anelando por mais, quando você terminar. Prefiro deixar meu povo num ponto em que desejem mais, em que anseiem retornar na semana seguinte, a sobrecarregá-los a ponto de não conseguirem mais esperar para sair. Quando alguém está sedento por um grande copo de água, enfiar uma mangueira de incêndio em sua garganta apagará sua sede, mas não será uma experiência agradável, nem uma experiência que ele desejará repetir.

Lembre-se de que você não é apenas uma voz que comunica mecanicamente uma mensagem; você é um pastor do povo de Deus. Pense como um pastor. Estimule seu povo a crescer, mas faça isso com sabedoria. Alimente-os ao encontrá-los onde estão. Em seguida, confie que Deus usará a Palavra e seus esforços para achar um equilíbrio que estimula o crescimento.

Artigo adaptado do livro O ministério do pastor: Prioridades bíblicas para pastores fiéis, de Brian Croft, publicado pela Editora Fiel.


Autor: Brian Croft

Brian Croft é o pastor efetivo da Auburndale Baptist Church em Louisville, Kentucky. Ele também é autor de "Visit the Sick: Ministering God’s Grace in Times of Illness”, (Prefácio de Mark Dever) e "Test, Train, Affirm, and Send Into Ministry: Recovering the Local Church’s Responsibility to the External Call", (Prefácio de R. Albert Mohler Jr). Brian escreve regularmente no blog Practical Shepherding.

Parceiro: Practical Shepherding

Practical Shepherding
O ministério Practical Shepherding visa equipar pastores e líderes de igrejas nas questões práticas do ministério.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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