As tentações falam — e muito. Elas nos falam do seu potencial. Falam de nossa necessidade e dizem que podem consertar isso. Quando escutamos isso com tanta frequência quanto o dia muda de cores, a tentação consegue trazer consigo uma vergonha que fala em um dialeto diferente. O cristão AMS (Atraído pelo Mesmo Sexo), que resiste apenas por hábito, pode começar a ficar com o ouvido deficiente, descoberto pela natureza prolixa das tentações que ele não consegue deixar de escutar. A vergonha não substitui a outra voz; a vergonha e a tentação trabalham lado a lado. Uma falando mais alto que a outra, dependendo da identidade que o cristão AMS permite que encubra sua alegria. A vergonha quer que nós acreditemos que está correta quanto à avaliação que faz a nosso respeito. Que somos desgraçados demais para ser transformados. Sujos demais para ser purificados. Inclinados demais a pecar para o perdão ter valor. Que, em todos os frutos da grande salvação, a tentação ainda vai nos querer gays ou que sintamos como era bom sermos amados por alguém do mesmo sexo; tudo isso significando apenas que somos pecadores sem possibilidade de conserto ou, o que é pior, que simplesmente ainda somos gays. Mas só porque estamos sendo tentados, isso não significa que nós somos essas tentações.
Nós somos aquilo que a cruz declarou: perdoados. Talvez as tentações ainda tenham voz, mas Deus também tem voz. As Escrituras — inspiradas por Deus e eternamente úteis — têm a palavra final sobre a identidade do santo.
Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. (1Co 6.9-11)
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2Co 5.17)
Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna. (Rm 6.22)
Assim como nos escolheu nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado. (Ef 1.4-6)
Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. (Ef 2.10)
Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. (Rm 8.34)
Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. (1Jo 2.1)
Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. (Rm 8.1)
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (Jo 1.12-13)
Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus mediante nosso Senhor Cristo, por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus. (Rm 5.1-2)
Em todas estas coisas, pois, somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rm 8.37-39)
Artigo adaptado do livro Garota Gay, Bom Deus, de Jackie Hill Perry.