sábado, 23 de novembro
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Examinai-vos a vós mesmos

As Escrituras Sagradas não precisam exortar-nos a examinarmos os outros. A natureza humana possui uma inclinação para fazer isso. A natureza humana demonstra propensão em achar erros nos outros, de modo que deixamos prontamente de encontrá-los em nós mesmos.

Por isso, o Senhor Jesus nos exorta: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mateus 7.1).

A ênfase das Escrituras está mais centralizada em examinarmos a nós mesmos do que em examinarmos os outros. Isto se evidencia tanto em 2 Coríntios 13.5 como em outras passagens bíblicas: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo” (1 Coríntios 11.28); “Prove cada um o seu labor” (Gálatas 6.4); “Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los e voltemos para o Senhor” (Lamentações 3.40).

Estas exortações nos ensinam que a segurança não é essencial à fé salvadora; que um crente pode ter dúvidas a respeito de seu estado e condição espiritual; que uma pessoa pode ser um crente apenas nominal, e não verdadeiro; e que o auto-exame sempre nos revelará a necessidade de nos aproximarmos mais de Deus.

As seguintes perguntas estão entre as que nos podem ajudar a examinar-nos a nós mesmos.

1. Amo ao Senhor, meu Deus, com todo o meu ser? Jesus disse: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento” (Mateus 22.37,38). Estou em submissão a este mandamento ou, pelo contrário, estou amando a mim mesmo, ao mundo e às coisas do mundo (1 João 2.15)? Está na hora de retornar ao primeiro amor (Apocalipse 2.4,5)? Quanto o Senhor me amaria se o fizesse de acordo com o meu amor e devoção para com Ele?

2. Amo verdadeiramente o meu próximo como a mim mesmo? Após definir “o grande e primeiro mandamento”, Jesus continuou: “O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.39). Ele não precisa nos exortar a amarmos a nós mesmos, “porque ninguém jamais odiou a própria carne” (Efésios 5.29). Mas o Senhor Jesus realmente precisa nos exortar a amarmos nosso próximo. Eu obedeço ao mandamento dEle — o mandamento de amar os inimigos, abençoar os que me amaldiçoam, fazer o bem aos que me odeiam e orar pelos que me vituperam e perseguem (Mateus 5.43-48)? Eu me preocupo com o bem-estar espiritual do outros, da mesma maneira que me preocupo com meu próprio bem-estar espiritual? De que maneira e em que profundidade seria amado por meu próximo, se ele me amasse da mesma maneira como eu o amo?

3. Estou confiando verdadeiramente na graça de Deus e apenas em Cristo para a minha salvação? Creio que a salvação ocorre tão-somente pela graça de Deus, por meio da fé unicamente em Cristo? Ou, pelo contrário, creio que minha vontade e minhas obras (Efésios 2.8,9) podem salvar-me? A minha salvação está alicerçada sobre “a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus” (Hebreus 6.1)? Posso confessar, de todo o coração: “Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus” (Atos 8.37)? A minha única justiça é a justiça de Cristo imputada, recebida somente por meio da fé? Ou, em vez disso, confesso possuir uma justiça própria (Filipenses 3.3-9), que eu mesmo produzi e obtive? Cristo é a minha santificação e santidade (1 Coríntios 1.30,31)? Ou tenho me iludido com o pensamento de que posso me tornar santo ou mesmo progredir em santidade, até que seja perfeito, sem pecado (Isaías 65.5)? Cristo é meu único Mediador? Ou, em vez disso, estou procurando acesso a Deus por outros caminhos (1 Timóteo 2.5; João 14.6)? Cristo é meu único Profeta, Sacerdote e Rei? Ou procuro em outras pessoas o cumprimento destes ofícios (Hebreus 1.1,2; 10.1-18; Apocalipse 19.6)? Cristo é meu Descanso ou estou descansando em alguém mais (Colossenses 2.16,17)?

4. O que o mundo pensaria sobre o cristianismo, se a minha vida fosse o padrão pelo qual o cristianismo seria julgado? Imito realmente a Deus (Efésios 5.1,2)? Outros vêem Jesus em mim, porque estou imitando-O (1 Coríntios 11.1)? Demonstro a religião pura e sem mácula ou a minha religião é vã (Tiago 1.26,27)? Se não confessasse que sou crente, este mundo reconheceria tal coisa (Atos 11.26)?

5. Quantas pessoas ouviriam sobre o Senhor Jesus e seu evangelho, se outros crentes testemunhassem na mesma freqüência com que eu o faço? Tenho confessado a Cristo diante dos homens, por meio do batismo (1 Pedro 3.21)? Confesso ou nego a Cristo diante dos homens, todos os dias (Mateus 10.32,33)? Obedeço ao mandamento de Cristo — contar as grandes coisas que Deus tem feito por mim (Lucas 8.39)? Pode ser dito a meu respeito o mesmo que foi dito sobre a mulher que estava ao poço de Jacó: “Muitos…. creram nele, em virtude do testemunho da mulher” (João 4.39)? Se eu sou ministro do evangelho, mostro-me diligente em ir “por todo o mundo” e pregar “o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15)?

6. Oro como deveria? Comecei com oração a minha jornada cristã? Desde o momento de minha conversão, obedeço ao mandamento de orar “sem cessar” (1 Tessalonicenses 5.17)? Sigo o modelo de oração dado pelo Senhor Jesus (Mateus 6.5-13)? Ou estou sempre ocupado e não oro? Ou me sinto tão auto-suficiente que rejeito a necessidade de orar? Procuro freqüentemente a comunhão com Deus na oração? Ou oro somente quando necessito de uma solução imediata?

7. Leio a Bíblia como deveria? Gasto mais tempo lendo a Palavra de Deus do que os escritos de homens? As Escrituras Sagradas são o meu “prazer” e meditação “todo o dia”, ou, em vez disso, encontro mais prazer na leitura de outros escritos (Salmos 119.70,77,97,174)? Procuro tornar-me sábio para a salvação, por meio da leitura da Palavra de Deus (2 Timóteo 3.15)? Ou, depois de todo esse tempo confessando ser crente, ainda sou ignorante a respeito do conteúdo das Escrituras? Cometo os mesmos erros dos personagens bíblicos, perdendo bênçãos, por ignorar o exemplo que eles deixaram (1 Coríntios 10.1-13)? Por meio da constante utilização da Bíblia, demonstro minha crença no fato de que ela é “útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16,17)? Ou encontro mais proveito na leitura de comentários, credos e confissões doutrinárias? Procuro o Senhor Jesus em todas as passagens das Escrituras (Lucas 24.27; João 5.39)? Ou leio muitos textos, antes de achar qualquer coisa a respeito dEle? Quanto tempo seria gasto na leitura da Palavra de Deus, se todo crente a lesse tanto quanto eu leio?

8. Assisto com fidelidade os cultos de minha igreja? Obedeço ao mandamento “não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.25)? Ou, em vez disso, sinto que não tenho necessidade de ser exortado, ter comunhão e alimentar-me com a Palavra de Deus pregada? Quantos cultos a minha igreja realizaria, se a minha presença fosse exigida? Desejaria que Deus visitasse a minha casa com a mesma freqüência com que visito a casa dEle? Sempre confesso: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor” (Salmos 122.1)? Ou, pelo contrário, acho inconveniente fazer isso, procurando razões para não fazê-lo? Quando vou aos cultos, me regozijo no privilégio de sentar-me à mesa do Senhor e anunciar a morte de Cristo, até que ele venha (1 Coríntios 11.23-26)? Além disso, quando participo dos cultos, mostro fidelidade em conversar “com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais” (Efésios 5.19)?

9. Contribuo financeiramente para a obra do Senhor? Roubo a Deus, por não Lhe oferecer “dízimos e ofertas” (Malaquias 3.10)? Ou, em vez disso, contribuo liberalmente para a obra dEle (Romanos 12.8)? De que maneira o meu exemplo comprova o princípio bíblico de que “aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará” (2 Coríntios 9.6)? Contribuo “com tristeza ou por necessidade” (2 Coríntios 9.7)? Sou um crente que “dá com alegria”, sendo amado por Deus? Contribuo sistematicamente, conforme a prosperidade que Deus me proporciona (1 Coríntios 16.2)? Ou minha atitude de não contribuir revela meu pensamento de que Ele tem sido mesquinho para comigo? Qual seria a situação financeira de minha igreja, se todos os membros seguissem meu exemplo em dar ofertas?

10. Sou um verdadeiro crente ou estou me enganando com o pensamento de que sou crente? Sou um Judas Iscariotes, que traiu a Jesus por causa de lucros mundanos? Cristo diria a meu respeito o mesmo que Paulo disse a respeito de outro homem: “Demas, tendo amado o presente século, me abandonou” (2 Timóteo 4.10). Como eu responderia o questionamento de John Newton: “Isto é algo que desejo muito saber, algo que freqüentemente me deixa ansioso — amo ao Senhor ou não? Sou dEle ou não?”

Se temos dificuldade de examinar a nós mesmos, devemos rogar a Deus que o faça por nós. “Examina-me, Senhor, e prova-me; sonda-me o coração e os pensamentos” (Salmos 26.2). “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos” (Salmos 139.23).


Autor: Daniel E. Parks

Ministério: Ministério Fiel

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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