quarta-feira, 11 de dezembro
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A educação dos meus filhos

À influência intencional e sistemática sobre o ser juvenil, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo, denominamos educação. Ela é parte integrante essencial da vida do homem e da sociedade e existe desde quando há seres humanos sobre a terra. A educação cristã tem por objetivo proporcionar ao educando não apenas a obtenção de conhecimentos variados uns dos outros e da sua própria constituição física e moral, mas também conceder uma visão integrada e coerente de vida, relacionada com o Criador e com os Seus propósitos. Isto só será uma realidade se as mentes forem formadas pelos ensinos das Santas Escrituras, ou seja, em que os preceitos do Senhor sejam a base para a educação. É o temor do Senhor o princípio da sabedoria!

O presente artigo reproduz, na verdade, o conteúdo de dois folhetos anteriormente publicados pela Editora Fiel. Eles se apresentam na forma de duas importantes perguntas no tocante à educação dos filhos. A primeira parte, procura responder a pergunta “quem é responsável pela educação de meus filhos?” e foi originalmente escrita pelo Dr. Paulo César Moraes de Oliveira. A segunda parte reúne diversos argumentos em resposta à pergunta “Por que a escola evangélica?.”

Nosso objetivo em trazer novamente à lume estes dois singelos textos é que possamos examinar as nossas responsabilidades como crentes e fazer muito mais do que temos feito no sentido de promover os princípios bíblicos na educação dos filhos, e fomentar a promoção e disseminação da verdadeira educação cristã.

I – Quem é responsável pela educação de meus filhos?

A educação e a formação acadêmica tornaram-se uma constante preocupação de pais, em sua luta por garantir aos filhos um lugar adequado na sociedade. Diante de uma variedade de filosofias educacionais, os pais se vêem muitas vezes confusos em relação ao melhor caminho a seguir. Fortes correntes educacionais têm criado grande impacto não somente nas salas de aula, mas também em muitos lares conscientes de que a educação familiar é o alicerce para o desenvolvimento acadêmico da criança. Embora a discussão destas filosofias educacionais vá além dos limites deste artigo, cabe mencionar que a filosofia humanista, que considera o homem o centro do universo e deriva toda sua temática do pensamento humano, tornou-se a base dos diversos movimentos educacionais que vêm ganhando ímpeto neste século.

Entretanto, para os pais que têm suas vidas governadas pelos princípios das Escrituras Sagradas, a filosofia educacional a ser seguida é clara: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Efésios 6.4).

Neste texto, o verbo criar (no grego) se refere a cuidar e nutrir com um foco específico na criação de filhos. Este cuidar compreende a educação desde a infância até à maturidade, isto é, o completo desenvolvimento do ser humano, abrangendo todas as dimensões de sua pessoa. Lucas refere-se a estas dimensões em relação ao desenvolvimento do Senhor Jesus Cristo nestes termos: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lucas 2.52).

Verificamos que Jesus se desenvolvia intelectualmente (em sabedoria), fisicamente (em estatura), espiritualmente (em graça diante de Deus) e socialmente (em graça diante dos homens). São estas as quatro áreas específicas a serem focalizadas no processo de criação dos filhos. O desenvolvimento sadio, consistente e equilibrado de uma criança não será completo, se uma destas áreas for negligenciada. Cultivar estas áreas de crescimento na vida dos filhos é levá-los a atingir a maturidade, a ponto de se tornarem obreiros aprovados, capacitados a fazer a vontade de Deus e, assim, glorificá-Lo.

O princípio vital para que a criação de filhos se realize biblicamente é que a desafiadora e importante tarefa de criar os filhos é responsabilidade exclusiva dos pais. A ninguém será pedido contas a respeito da criação de filhos exceto aos pais, a quem Deus explicitamente ordenou que criassem e se responsabilizassem pelo desenvolvimento de seus filhos.

Embora outros venham a influenciar o seu desenvolvimento, cabe aos pais filtrar esse fluxo de influências, pois o processo de criação como um todo é responsabilidade exclusiva deles. Essa tarefa, ordenada por Deus, é grandiosa e difícil, porém perfeitamente viável, pois Aquele que a ordenou também fornece os meios com os quais realizá-la. Deus não somente ordena que criemos nossos filhos, mas também que o façamos na disciplina e admoestação do Senhor.

Nosso segundo princípio é que a criação dos filhos em sua totalidade deve ser de acordo com a Palavra de Deus, sendo o objetivo maior que a criança seja transformada segundo a imagem de Cristo e chegue à sua estatura. No decorrer desta criação almeja-se que a criança se desenvolva com uma perspectiva bíblica que abranja todas as áreas de sua vida.

Deus e seus princípios não devem ser somente uma área a mais no desenvolver da criança, mas a base através da qual tudo deve ser visto e avaliado. Isso implica que, ao longo do processo educacional, tanto o ensino de preceitos morais quanto de História, Matemática, Estudos Sociais e demais matérias devem ser efetuados de uma perspectiva bíblica. Só assim a criança obterá uma compreensão completa e coerente da interação entre Deus, o homem e o universo. É apto para essa tarefa somente o educador cristão com um ponto de referência absoluto para distinguir o certo e o errado, a percepção correta da depravação total do homem e da soberania de Deus.

Assim, cada aspecto da criação dos filhos tem de ser arraigado em princípios bíblicos para que frutifique em louvor e glória Àquele que criou todas as coisas. Esta é a maneira ordenada por Deus para a criação de filhos e que se distingue claramente dos padrões seculares. Muitos lares cristãos aderem a uma mistura de padrões seculares com verdades bíblicas, na esperança de que estas prevaleçam; contudo, o modo de educar ordenado por Deus é claro, e sua adulteração, por mínima que seja, compromete os resultados.

Considerando esses dois princípios “os pais são responsáveis pela educação de seus filhos até a sua maturidade, e esta educação tem de ser de acordo com a Palavra” podemos concluir que qualquer pessoa ou entidade que colabore na criação e educação de filhos deva fazê-lo conforme a instrução dada aos pais, isto é, na disciplina e admoestação do Senhor.

Assim sendo, perguntemo-nos: estarão nossos filhos sendo ensinados por educadores que possuem o mesmo objetivo que o nosso, isto é, transformá-los segundo a imagem de Cristo? Há consistência entre aquilo que ensinamos a nossos filhos e o que eles estão aprendendo na sala de aula? Existe entre nosso lar e a escola uma disputa de interesses, princípios e objetivos? É sempre Cristo o centro na criação dos nossos filhos? Estarão nossos filhos aprendendo que só existe um Deus que nos ensina como avaliar todas as coisas ou estarão aprendendo que existem várias alternativas dentre as quais podem livremente escolher? Sem dúvida, tal inconsistência causa enormes danos em muitos lares cristãos onde o maior perdedor será nosso filho, que se vê em conflito diante de objetivos antagônicos. Crianças estão convivendo com essa duplicidade de enfoque que os enfraquece e os limita em um desenvolvimento completo, coerente e que glorifica a Deus.

II – Por que a escola evangélica?

PORQUE…

Jesus Cristo deve receber a preeminência em todas as coisas, inclusive, necessariamente, na educação dos estudantes.

PORQUE Jesus Cristo é a chave da educação, visto que nEle estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento.

PORQUE a educação deve ser Cristocêntrica, porquanto educação que omite Deus, ou que não lhe confere o merecido lugar, não O honra.

PORQUE uma escola genuinamente evangélica fornece uma sã educação acadêmica, integrada com a Palavra de Deus, onde o propósito mais elevado da vida é a honra e glória do Senhor. As escolas seculares, por outro lado, não ensinam um sistema de valores coerente com a Bíblia.

PORQUE é a Bíblia que fornece uma perspectiva verdadeira que deve moldar o estilo de vida do estudante, bem como seus conceitos sobre Deus, o homem e o mundo.

PORQUE existem muitas diferentes filosofias de vida, mas somente o cristianismo é a verdadeira filosofia, porquanto Deus ordenou que todo o pensamento seja cativo à obediência a Jesus Cristo.

PORQUE a filosofia de vida cristã e a filosofia de vida secular estão em conflito uma com a outra, sendo impossível harmonizá-las entre si. PORQUE uma escola secular não encoraja, nem mesmo pode encorajar um estudante a amar ao Senhor de toda a sua mente.

PORQUE o temor ao Senhor, que é o princípio da sabedoria e do conhecimento, não é ensinado nas escolas seculares, mas, antes, é cuidadosamente rejeitado.

PORQUE Satanás, que é o enganador, um mentiroso voluntário, o príncipe deste mundo maligno, controla a educação secular, utilizando-a como uma das principais armas contra as verdades do cristianismo.

PORQUE a educação secular está alicerçada exclusivamente sobre a razão humana, ao passo que a educação evangélica está baseada sobre a revelação divina.

PORQUE as escolas seculares não ensinam a depravação da natureza humana, mas, antes, educam os estudantes com base no conceito de que o homem é um ser bom por natureza.

PORQUE a teoria da evolução é uma mentira, e nenhum sistema educacional baseado nela pode primar pela verdade.

PORQUE não existe tal coisa como temas seculares, visto que toda a verdade deriva-se de Deus.

PORQUE os seríssimos problemas das drogas, da imoralidade, do desrespeito às autoridades, da ausência de disciplina pessoal e dos baixos níveis acadêmicos estão em ascensão na maioria das escolas seculares, e essas escolas não sabem como solucionar tais problemas.

PORQUE uma escola genuinamente evangélica ensina os estudantes a respeitarem os líderes do governo, em posição de autoridade. Essa atitude enfatiza a relação que existe entre o respeito e a obediência às pessoas investidas em posições de autoridade e o respeito e a obediência a Deus.

PORQUE os padrões de moralidade devem alicerçar-se somente sobre a Bíblia e não sobre situações éticas como as escolas seculares ensinam.

PORQUE as atividades das escolas seculares pertencem exclusivamente a este mundo, excluindo Deus e os seus caminhos.

PORQUE os alunos de uma escola evangélica são ensinados a perceberem a relação que há entre a Bíblia e a totalidade da vida e do processo de aprendizado.

PORQUE uma escola genuinamente evangélica ensina aos estudantes que todas as suas aptidões derivam se de Deus, devendo serem usadas tendo em vista a honra do Senhor.

PORQUE não há tempo, nem condições suficientes, quer no culto doméstico, quer nas igrejas, para combater todas as influências adversas de uma educação secular.

PORQUE não existe professor escolar totalmente neutro, que não promova nem iniba as questões religiosas, porquanto, ainda que indiretamente, de alguma maneira, sua posição é comunicada aos estudantes.

PORQUE a maneira de pensar do professor tem sido distorcida pelo pecado, e, a menos que se trate de uma pessoa regenerada, a sua compreensão sobre o verdadeiro significado dos fatos está distorcida, pois sua mente se acha em trevas.

PORQUE os professores de uma escola genuinamente evangélica dedicam tempo para ajudarem os seus alunos, interessando-se por eles e aconselhando-os de uma maneira sempre coerente com o ponto de vista cristão a respeito da vida.

PORQUE os filhos são primariamente responsabilidade dos pais e não do Estado, portanto compete aos pais considerar a obrigação de oferecer uma educação cristã a seus filhos.

DAÍ a necessidade de uma escola evangélica.

Se acreditamos nestas afirmações, devemos orar por mais escolas genuinamente evangélicas no Brasil, sobretudo por uma UNIVERSIDADE EVANGÉLICA, que vivam estas afirmações.


Autor: Paulo César

Dr. Paulo César M. Oliveira obteve seu Mestrado e Doutorado em Administração Educacional na Universidade Bob Jones, e está à frente da Philadelphia Consulting, consultoria especializada em preparar e colocar executivos nos principais cursos de mestrado e doutorado dos Estados Unidos e Europa. Ele é professor das disciplinas de Educação Cristã do Seminário Batista Esperança, onde ministra há 7 anos, e palestra sobre temas de carreira profissional e vida conjugal. Dr. Paulo César e sua esposa Neusa Maria têm 2 filhos, Felipe e Stephanie.

Ministério: Ministério Fiel

Ministério Fiel
Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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