sexta-feira, 22 de novembro
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Estratégias práticas para lidar com amargura

O texto abaixo foi retirado com permissão do livro Libertando-se do ressentimento, de Robert D Jones, Box 6 da Série Aconselhamento, Editora Fiel

Amargura, estratégias práticas para a mudança

Apenas o evangelho pode lidar profundamente com as suas mágoas, cortar as raízes do ressentimento e derreter qualquer amargura que esteja se formando em sua alma. Deixe-me sugerir algumas coisas específicas que você pode fazer para ajudá-lo em sua batalha contra a amargura.

  1. Revise as verdades do evangelho presentes neste livreto. Releia a primeira verdade e consulte as passagens bíblicas referenciadas. Reflita sobre a mensagem e escolha um versículo para memorizar e no qual meditar. Depois escreva uma oração ao Senhor, baseada naquela verdade – uma oração que confesse honestamente o seu ressentimento diante dele e busque aplicar cuidadosamente a Bíblia em sua batalha. No dia seguinte, repita o mesmo procedimento para a próxima verdade do evangelho. Continue a fazer o mesmo a cada dia, uma verdade por dia. Após seus seis dias, repita o mesmo ciclo de seis dias novamente, revisando as mesmas passagens e os versículos memorizados, mas escrevendo novas orações.
  2. Dê passos para prestar contas a alguém. Considere convidar um pastor piedoso, um líder da igreja, um conselheiro, ou um irmão ou uma irmã cristãos maduros para entrarem em sua vida a fim de encorajá-lo, orar por você e fornecer-lhe uma prestação de contas amorosa ao longo desse processo de crescimento. Compartilhe abertamente com essa pessoa (ou pessoas) a sua história, procurando ser honesto em sua avaliação e não esmagar a outra parte. Além de compartilhar os fatos da situação e suas dificuldades emocionais, descreva os esforços que você tem feito à luz do evangelho, para que o seu pastor ou o seu amigo possam apoiá-lo, desafiá-lo e guiá-lo.
  3. Ore pela pessoa que o feriu e considere maneiras práticas de demonstrar um amor semelhante ao de Cristo. Tais passos ousados só podem fluir das verdades evangélicas descritas acima (estratégia um), com a ajuda de companheiros cristãos (estratégia dois). Porém, eles são armamentos de guerra essenciais na batalha para resistir à amargura. Amar nossos inimigos é um princípio central do ensinamento de Jesus, que ele modelou ao ser gracioso para com os críticos e crucificadores, ao lavar os pés de seu traidor Judas e em sua morte sacrificial por nós, enquanto éramos seus inimigos (Rm 5.6-11). À luz dessas misericórdias, o apóstolo de Jesus nos chama a vencer o mal dos outros fazendo-lhes o bem, a ponto de alimentá-los (Rm 12.1, 20-21). Aqui o apóstolo Paulo simplesmente reflete as palavras de nosso Senhor: “Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam… Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai” (Lc 6.27-28, 36).

Como poderíamos aplicar as palavras de Jesus em Lucas 6, especialmente se aquele que nos feriu profundamente permanece sem arrependimento? Perceba o par de motivos que dão suporte à seção – amor e misericórdia, mesmo para com os nossos inimigos. Como destinatários do amor e da misericórdia salvíficos por parte de Deus em Jesus, e movidos por esse mesmo amor e por essa mesma misericórdia, podemos desenvolver um plano de jogo em três frentes.

Primeiro: Ore

Peça a Deus que lhe dê um coração de amor e de misericórdia, que o ajude a compreender e aplicar melhor a Palavra dele, que lhe dê sabedoria para saber o que fazer e o que não fazer, e que ele use essa dificuldade para torná-lo mais parecido com Jesus. Peça a Deus que trabalhe no coração do ofensor, para levá-lo ao arrependimento. E peça a Deus para cuidar dos outros que estão envolvidos e para usar essa mesma dificuldade a fim de aproximá-los do Senhor.

Segundo: Abençoe

Abençoar o seu inimigo é falar bem com ele e sobre ele. Como você pode controlar suas palavras ao falar com o ofensor? Como você pode controlar as suas palavras ao falar com os outros sobre o ofensor? Deixe que as Escrituras o guiem: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4.29; leia isso especialmente à luz da graça de Deus para conosco, descrita em Ef 1-3). “Alguém há cuja tagarelice é como pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina” (Pv 12.18). (Muitas vezes recomendo aos aconselhados que se encontram nessa situação que meditem em Provérbios 10 e 12, os dois capítulos de Provérbios que mais se concentram no falar piedoso).

Terceiro: Faça o bem

De que maneiras específicas e práticas você poderia servir a pessoa e demonstrar gentileza semelhante à de Cristo? Isto começa, é claro, com a abstenção de ações vingativas – pagar o mal com mal – isso provavelmente irá piorar a situação. Mas, vá além disso, com ações positivas. Isso pode significar enviar um cartão de aniversário ou deixar um presente ou uma sobremesa para o seu cônjuge, enquanto vocês estão separados. Isso pode significar continuar a patrocinar os negócios do ofensor ou cobrir parte da pesada carga de trabalho de seu colega de trabalho. Ao refletir sobre as verdades deste livreto, ao buscar conselhos dos líderes de sua igreja e de outros amigos cristãos, e ao orar por sabedoria, não se surpreenda se Deus lhe mostrar algumas maneiras práticas e criativas de demonstrar o seu amor e a sua misericórdia àqueles que feriram você. Sua batalha contra a amargura pode ser bem-sucedida? Sim, a seu tempo. A graça de Deus em Jesus pode curar a sua alma, aproximando-o dele. É minha oração que nosso Senhor use essas verdades do evangelho para ajudá-lo progressivamente a desgastar a sua ira estabelecida – que com a ajuda do Espírito Santo você possa ficar livre “de toda amargura” e que “sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim com Deus os perdoou em Cristo” (Ef 4.31-32 – NVI).

 

Autor: Robert D Jones. ©️ Ministério Fiel. Website: ministeriofiel.com.br. Todos os direitos reservados. Editor e revisor: Renata Gandolfo.


Autor: Robert D Jones

Robert D. Jones (MDiv, Trinity Evangelical Divinity School; DMin, Westminster Theological Seminary; DTheol, University of South Africa) é professor associado de aconselhamento bíblico no The Southern Baptist Theological Seminary em Louisville e serviu no ministério pastoral por mais de trinta anos.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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