Transcrição do vídeo
Eu nasci em meio ao movimento pró-autoestima, bem no limite entre a geração X e os millennials. Eu nasci bem na época em que jovens do ensino fundamental e médio ouviam este mantra: “Você pode ser quem quiser, pode fazer o que quiser. Mire as estrelas, você não tem limites.”
Mas isso não surgiu do nada. Não há nada novo debaixo do sol. Isso remete ao jardim, tão antigo quanto Adão e Eva. “Deus disse que sou isso mesmo? Deus é assim mesmo?”.
Você no comando
Temos visto esse movimento por séculos, desde os anos 1600, começando com a Era da Razão, seguida da Era da Iluminação. Surgiram pensadores, filósofos e cientistas modernos como Ralph Waldo Emerson, Karl Marx e Charles Darwin, os quais afirmavam que não há Deus, que nós somos deuses, decidimos o que é verdade, o que é real, e construímos a realidade.
As pessoas se livraram das algemas da igreja e do Estado, passando a olhar para dentro, para si mesmas. O que é verdade? O que é real? Passaram a procurar dentro de si essa espécie de poder, de autoconfiança, até mesmo a própria divinização, chegando a dizer que a divindade reside em si mesmos.
O movimento feminista observado em meados do século XX e o movimento pró-autoestima em meio ao qual nasci não vieram do nada. Não são um jeito novo de pensar. Pensamos assim desde a criação.
Mas o erro está na ideia de que somos quem queremos ser, de que construímos a nós mesmos, de que não temos um criador; que somos quem queremos ser, que o céu é o limite; enfim, todo tipo de filosofia. Bem, é tudo muito encorajador e estimulante por um tempo, mas não fomos criados assim.
Na verdade, somos finitos. Ficamos cansados e sem energia. Não temos o poder que dizemos ter. No fim do dia, essa cosmovisão torna-se cansativa, pois ela nos torna escravos de nós mesmos, em vez de nos libertar. Achamos que teremos liberdade, mas ficamos presos.