Intérprete levou Cristão até à porta do palácio, onde estavam quatro homens vigorosos vestidos de armadura. Eis que à porta havia um grande grupo de pessoas, como se estivessem desejosas de entrar, mas não ousavam com medo dos homens armados. Havia também, assentado diante de uma mesa, à pequena distância da porta, um homem com um livro e seu tinteiro à frente, para escrever o nome daquele que ali entrasse. Cristão viu também que à porta estavam aqueles homens armados para vigiá-la, decididos a causar dano e mal à pessoa que desejasse entrar. Agora, Cristão ficou um tanto confuso. Finalmente, quando todas as pessoas desejosas de entrar começaram a se afastar por medo dos homens armados, Cristão viu que um homem de semblante forte aproximou-se daquele que estava assentado para escrever, dizendo: “Escreva o meu nome, Senhor”. Tendo feito isso, o homem puxou sua espada, pôs um capacete na cabeça e correu em direção à porta, avançando contra os homens armados, que o atacaram com força mortal. Mas o homem, em nada desanimando, pôs-se a ferir e a atacar ferozmente. Depois de ter recebido e causado muitos ferimentos naqueles que tentaram impedi-lo, passou entre todos eles e conquistou sua entrada no palácio. Com isso, houve uma voz agradável da parte daqueles que estavam dentro e daqueles que caminhavam no alto do palácio, dizendo: “Entra aqui, entra em paz; a glória eterna ganharás”.
Assim, ele entrou e foi trajado com vestes semelhantes às que eles vestiam. Cristão sorriu e afirmou: “Acho que agora verdadeiramente sei o significado da batalha”.