quinta-feira, 19 de dezembro
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A fé que agrada a Deus (2/2)

Anteriormente, vimos em Hebreus 11 que a fé que agrada a Deus envolve nossa mente, coração e volição. Porém, alguém espiritualmente morto não pode ver, entender, sentir, desejar ou escolher!

Há vários textos nas Escrituras que confirmam esse estado do ser humano caído:

1 Coríntios 2.14 diz: “Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente”. A pessoa que não foi regenerada não consegue entender o evangelho.

Em João 10.25-26, os judeus perguntaram a Jesus se ele era o Cristo, ao que ele respondeu: “Eu já lhes disse, mas vocês não crêem. As obras que eu realizo em nome de meu Pai falam por mim, mas vocês não crêem, porque não são minhas ovelhas.” Repare que ele não disse: “vocês não são minhas ovelhas porque não creem”, mas “vocês não creem porque não são minhas ovelhas”.

Em Atos 3, um aleijado de nascença foi curado. No versículo 16, Pedro disse: “Pela fé no nome de Jesus, o Nome curou este homem que vocês vêem e conhecem. A fé que vem por meio dele lhe deu esta saúde perfeita, como todos podem ver.” A fé que vem por meio de Jesus curou aquele rapaz, não a fé que veio por meio do rapaz.

Em Atos 16.14-15, Paulo prega para um grupo de mulheres e uma delas, Lídia, crê e é batizada. O texto diz que “O Senhor abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo”. Não foi ela que abriu seu próprio coração, não foi um método de evangelismo novo, mas o Senhor.

Muitas pessoas usam o texto de Apocalipse 3.20 para mostrar que Jesus está, do lado de fora, esperando que o homem abra o seu próprio coração. No entanto, este texto fala de uma igreja apóstata que deve se arrepender, não de um pecador, morto em pecados, que precisa nascer de novo.

Em Atos 18.27, um pregador eloquente chamado Apolo queria ir para Acaia e veja o que o texto diz: “Querendo ele ir para a Acaia, os irmãos o encorajaram e escreveram aos discípulos que o recebessem. Ao chegar, ele auxiliou muito os que pela graça haviam crido”. Não diz “os que pela fé alcançaram a graça”, mas “os que pela graça haviam crido”.

Filipenses 1.29 afirma que “a vocês foi dado o privilégio de, não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele”. Perceba que eles receberam o privilégio de crer.

2 Pedro 1.1 diz: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, àqueles que, mediante a justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo, receberam conosco uma fé igualmente valiosa”. Ele não escreve para todos, mas para um grupo específico: aqueles que receberam a fé. Eles alcançaram-na através de um favor divino!

2 Tessalonicenses 3.1-2 chega a afirmar que “a fé não é de todos.” Este texto não fala sobre um credo ou confissão de fé, mas uma fé subjetiva. Ele afirma que o ato de crer não é de todos.

1 Coríntios 1.26-31 mostra que é por iniciativa de Deus que estamos em Cristo. Paulo, ao escrever para igreja de Corinto, diz: “Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele.” Por que haviam poucos sábios, poderosos e nobres? Por que, apesar de terem fé, decidiram não crer? O texto é claro: “Porque Deus não os chamou!” E os loucos, fracos e insignificantes, por que tinham fé? Por que tinham fé e tiveram a iniciativa de crer? Não, mas porque Deus os escolheu!

Paulo confirma isso no versículo 30: “É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção, para que, como está escrito: ‘Quem se gloriar, glorie-se no Senhor’”. É por isso que no céu não haverá ninguém que afirme: “Jesus pode ter feito 99%, mas eu fiz o 1% decisivo. Eu ouvi; eu entendi; eu decidi; eu cri; eu me arrependi; eu chorei; eu levantei a mão; eu fiz a classe de batismo; eu fui perseverante até o fim.”

Atos 13.48 afirma: “Ouvindo isso, os gentios alegraram-se e bendisseram a palavra do Senhor; e creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna”. Muitos ouviram a pregação do evangelho, mas quem creu? O texto bíblico responde: “todos os que haviam sido designados para a vida eterna”. Antes de alguém crer, precisa ser o alvo do decreto soberano de Deus para salvação.

Agora, precisamos tomar cuidado para não perder o equilíbrio. Nós não sabemos quem são os eleitos de Deus. Ele não nos revelou isso. O que sabemos é que Deus ordenou que preguemos o evangelho a todos. Ele encoraja seus servos a não temerem e continuarem pregando porque “tem muita gente” em determinado local (At 18.9-10). Assim, pregamos com amor, entusiasmo, lágrimas e urgência. Sabemos que a salvação pertence ao Senhor, então deixamos o resultado com o Espírito Santo.

O artigo acima é um trecho extraído e adaptado com permissão do livro A fé que agrada a Deus, de Sillas Campos, Editora Fiel.


Autor: Sillas Campos

Sillas Campos é pastor da Igreja Batista Central de Campinas (SP). Formado em Teologia pelo San Diego Christian College (EUA) e mestrando em Teologia pela Liberty University.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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