sexta-feira, 22 de novembro
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Orando por cura e salvação

Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados (Tg 5.14-15).

Nessa promessa, Tiago dá diretrizes para o membro da igreja que está seriamente doente, ordenando que os presbíteros da igreja orem juntos e incentivando a “oração da fé” (v. 15). Esses versos exortam os presbíteros a realizar especificamente a obra da oração, prioridade essencial dos líderes da igreja desde os apóstolos.

Essa promessa também tem uma aplicação mais ampla, e Tiago logo acrescenta a exortação geral de orar “uns pelos outros” (v. 16). Se Maria e Marta, juntas, mandaram chamar o Senhor quando Lázaro adoeceu (Jo 11.1-44), é certo que nós também devemos clamar por Jesus junto aos leitos de hospital. Se nosso Senhor curou o paralítico por causa da fé de seus amigos (Mt 9.1-7), nós também podemos levar nossos irmãos e irmãs que sofrem até seus pés, por meio da oração com fé.

Mas no que depositamos nossa fé? Quando meu pai foi diagnosticado com leucemia, seu oncologista, que não era cristão, lhe disse: “Com a quimioterapia, 90% dos pacientes conseguem melhorar. Tenho confiança em que será uma boa opção para você”. Esse médico tinha muita fé — em uma droga, nas pesquisas e em seu próprio julgamento. De modo semelhante, reunidos ao redor de uma pessoa enferma, alguns grupos de cristãos talvez declarem que estão convictos de que a cura certamente acontecerá e exigem em oração que Deus realize essa cura. Como escreveu certo autor best-seller: “Estou certo de que você está somente a uma oração de realizar um sonho, de experimentar a concretização de uma promessa ou de vivenciar um milagre”. Embora talvez essa expectativa pareça boa, algumas pessoas também demonstram colocar sua fé na coisa errada — no poder da oração para obter o resultado que querem. Não é sobre esse tipo de fé que Tiago está falando.

A razão é que a fé cristã nunca é depositada nas circunstâncias. Enquanto aqueles que não são cristãos podem ter fé nas técnicas médicas e aqueles que se dizem cristãos podem ter fé na própria coragem, a verdadeira “oração de fé” expressa a fé em uma pessoa. É a fé no triúno Deus, o Criador do céu e da terra e o arquiteto de nossa salvação. É a fé no Deus Todo-Poderoso, que estabeleceu as estrelas, veste os lírios, permite a queda dos pardais e conhece cada fio de cabelo da nossa cabeça (Sl 8.2; Mt 6.28-29; 10.29-31). É a fé no Deus que, com tanta frequência, tem prazer em glorificar a si mesmo e de fazer o bem ao seu povo perdoando seus pecados, derrotando seus inimigos, curando suas enfermidades, atendendo às suas necessidades e dando-lhes motivos para se alegrar (Sl 103.2-5). É a fé no Deus “que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos” (Ef 3.20).

Além disso, como Douglas Moo observou, a oração de fé “também envolve confiança absoluta na perfeição da vontade de Deus”. Não somente oramos crendo em um Deus que pode fazer qualquer coisa: nós oramos crendo em um Deus que fará — sempre faz! — o melhor. A oração de fé nunca exige de Deus, mas se curva diante dele, aquele que opera todas as coisas para o bem daqueles que o amam (Rm 8.28). É a fé no Deus que nunca recebeu nada de nós, mas que nos dá toda boa dádiva e todo dom perfeito (Rm 11.35; Tg 1.17). É a fé no Deus que, se necessário, também nos dá tribulações e sofrimento (1Pe 1.6-7; Tg 1.2-3). É a fé no Pai que não poupou seu próprio Filho e, portanto, não nos negará nada do que é melhor para nós (Rm 8.23; Sl 84.11). E é a fé no Deus que, como vimos no Capítulo 1, sempre responde às nossas orações com um “Sim” ou com um “Vou lhe dar algo melhor”.

Então, em Tiago 5, o Senhor prometeu respostas temporais e também espirituais quando orarmos juntos com fé: “A oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados” (v. 15). Em muitos casos, Deus, graciosamente, responde à oração dos presbíteros com a cura física. O filho doente de Deus pode levantar, tomar seu leito e andar. Certamente, o Senhor é capaz de curar diversos tipos de enfermidades físicas; quando Jesus estava na terra, deu visão aos cegos, fez com que os mudos passassem a falar e que os surdos passassem a ouvir. Seu poder é tão grande que ele chegou a curar dez homens em um só momento (Lc 17.11-14). Que ninguém pense que alguma doença talvez esteja além do alcance de Deus, que entreteceu nossos corpos no lugar secreto! Se a cura física for o melhor, ele usará nossas orações para operá-la.

O Senhor também promete respostas espirituais às nossas orações. A linguagem que Tiago usa para a resposta de Deus — “salvar” e “levantar” — tem um significado físico e também espiritual. Com frequência, nossas orações tendem para um lado ou para o outro. Alguns cristãos parecem orar com base nos registros de um hospital. Outros só pedem bens espirituais. Tiago incentiva as duas coisas. Nós podemos orar juntos pela cura física e pelo renovo espiritual, pelo livramento de uma doença e pelo perdão dos pecados, por corpos saudáveis e pelo novo nascimento das almas. Quando oramos juntos, Deus conduz muitas pessoas que estão abatidas por causa da enfermidade ao arrependimento e à fé. E promete que seus filhos que sofrem ressuscitarão com corpos gloriosos no último dia (1Co 15.51-54). Como observou Daniel Doriani: “Mais cedo ou mais tarde, Deus vai curar todo o seu povo”. Por causa desse encorajamento, não temos medo de que nossas orações talvez sejam longas demais ou que possam receber a resposta errada. Temos confiança absoluta em um Deus que promete usar as orações que fazemos com fé para realizar o melhor.


Autor: Megan Hill

Serve na área editorial da Cristianity Today e escreve regularmente no blog Her.meneutics e no ministério The Gospel Coalition. Ela é esposa e filha de pastor e já passou uma vida orando junto com outras pessoas.

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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