segunda-feira, 23 de dezembro
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Crente pega coronavírus?

De fato, o pecado é o motivo de toda a miséria física existir. O terceiro capítulo da Bíblia descreve a entrada do pecado no mundo. Ele mostra que o pecado é a origem de devastação e miséria globais (Gn 3.1-19). Paulo resumiu em Romanos 5.12: “Portanto, assim como por um só ser humano entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram”.

O mundo está quebrado desde então. Toda a sua beleza está entrelaçada com o mal, com desastres, com doenças e com frustrações. Deus o criou perfeito. “Deus viu tudo o que havia feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Mas, desde a queda da humanidade no pecado até os dias de hoje, a história, mesmo com todas as suas maravilhas, é uma esteira transportadora de cadáveres.

A queda é juízo

A Bíblia não vê esse quebrantamento como algo meramente natural, mas como o juízo de Deus em um mundo permeado pelo pecado. Aqui está como Paulo descreveu os efeitos do juízo de Deus no mundo por causa do pecado:

Pois a criação está sujeita à vaidade, não por sua própria vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será libertada do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora. (Rm 8.20-22)

Vaidade. Cativeiro da corrupção. Geme. Estas são imagens de devastação e miséria globais desde que o pecado entrou no mundo. E Paulo diz que essa devastação se deve ao julgamento de Deus: “a criação está sujeita à vaidade… por causa daquele que a sujeitou, na esperança…” (Rm 8.20). Satanás não a sujeitou em esperança. Adão não a sujeitou em esperança. Deus o fez. Como Paulo disse em Romanos 5.16: “o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação”.

Juízo até sobre seus filhos

Certamente, essa passagem está cheia de esperança — “a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.21). Deus tem um plano deslumbrante para uma nova criação, onde ele “enxugará dos olhos toda lágrima” (Ap 21.4). Mas, por enquanto, estamos todos sob o seu juízo. Ele submeteu o mundo à morte, tragédia e miséria.

Sim, até os seus próprios filhos — aqueles a quem ele predestinou para a adoção (Ef 1.5), redimiu pelo sangue de seu Filho (Ef 1.7) e designou para a vida eterna (Ef 1.18) —, até mesmo nós sofremos e morremos por causa do juízo de Deus na queda. Nós, “que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23). Cristãos são atingidos por tsunamis. Cristãos são mortos em ataques terroristas. Cristãos pegam o coronavírus.

Purificação, não punição

A diferença para os cristãos — aqueles que abraçam a Cristo como seu tesouro supremo — é que a nossa experiência com essa corrupção não é condenatória. “Agora, pois, já não existe nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). A dor para nós é purificadora, não punitiva.

“Deus não nos destinou à ira” (1Ts 5.9). Nós morremos de doenças e desastres como todo ser humano. Mas para aqueles que estão em Cristo, o “aguilhão” da morte foi removido (1Co 15.55). “Morrer é lucro” (Fp 1.21). Partir é “estar com Cristo” (Fp 1.23).

Artigo adaptado do livro Coronavírus e Cristo, de John Piper.


Autor: John Piper

John Piper é um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.

Parceiro: Desiring God

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Ministério de ensino de John Piper que, há mais de 30 anos, supre ao corpo de Cristo com livros, sermões, artigos.

Ministério: Editora Fiel

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A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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