sábado, 14 de dezembro
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Deus ajuda aqueles que…

O texto abaixo foi extraído do livro Humildade, de J. C. Mahaney, da Editora Fiel

Os olhos de Deus constituem um tema por toda a Escritura. Veja, por exemplo, as palavras de 2 Crônicas 16.9: “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele”. Obviamente, Deus não tem olhos físicos; “Deus é espírito” (João 4.24). Ele não precisa de olhos físicos porque é onisciente. Nada escapa à sua atenção. Ele está ciente de todas as coisas.

No entanto, embora conheça tudo, Ele procura por algo em particular, algo que atue como um ímã para capturar sua atenção, e O convide a se envolver conosco de forma ativa. Deus é, decididamente, atraído pela humildade. Uma pessoa humilde é aquela que atrai a atenção de Deus, e, neste sentido, atrair a atenção dEle também significa atrair sua graça – sua bondade imerecida. Pense nisto: há uma coisa que você pode fazer para atrair mais da força e ajuda graciosa, imerecida e sobrenatural de Deus!

Que promessa! Atente mais uma vez para esta passagem tão conhecida: “Deus… dá graça aos humildes” (Tiago 4.6). Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, Deus não auxilia “os que ajudam a si mesmos”, mas os que se humilham.

Essa é a promessa da humildade. Deus é, pessoal e providencialmente, defensor dos humildes. E a graça que Ele estende aos humildes é indescritivelmente valiosa. Jonathan Edwards escreveu: “Os prazeres da humildade são os mais refinados, íntimos e primorosos deleites no mundo”. O propósito deste livro é ajudá-lo a receber e experimentar esses excelentes prazeres.

Para mim, o livro de Jim Collins foi uma lembrança encorajadora de que mesmo num mundo que celebra os orgulhosos, a humildade ainda é valorizada. Entretanto, livros como Empresas Feitas Para Vencer têm limitações sérias. Eles são falhos em nos fazer entender a humildade porque não se baseiam numa visão de mundo bíblica. Nossa definição de humildade deve ser bíblica, e não apenas pragmática, e, para ser bíblica, deve começar com Deus. João Calvino escreveu: “É evidente que o homem nunca atinge um autoconhecimento verdadeiro sem que antes tenha contemplado a face de Deus, e após tal contemplação, tenha examinado a si mesmo”.

Neste ponto, a seguinte definição pode nos ajudar: Humildade é avaliarmos a nós mesmos honestamente à luz da santidade de Deus e da nossa pecaminosidade.

Esta é a realidade dupla na qual toda humildade genuína está alicerçada: a santidade de Deus e a nossa pecaminosidade. Sem uma consciência honesta destas duas realidades (e refletiremos sobre elas neste livro), toda autoavaliação será distorcida e falharemos tanto em compreender quanto em praticar a verdadeira humildade. Deixaremos de experimentar a promessa e os prazeres que a humildade oferece.

É por isso que quero orientá-lo a pedir a ajuda de Deus para avaliar sua vida honestamente, para entender se você está crescendo na humildade que atrai o olhar de Deus, e mais de sua graça.

Eu tenho humildade?

Alguns anos atrás, nossa igreja – Igreja Aliança da Vida, em Gaithersburg, Maryland – celebrou seu vigésimo quinto aniversário. Naquela ocasião, nos reunimos com a finalidade de nos alegrarmos juntos. Gary Ricucci, um de nossos pastores e um dos fundadores da igreja, foi à frente a fim de apresentar um resumo de nossa história. Ele observou que, embora muita coisa houvesse mudado ao longo daqueles vinte e cinco anos – como a aparência de certos pastores, incluindo a minha – os valores específicos adotados pela igreja em sua fundação permaneceram inalterados.

Naquela manhã, Jim, um membro da igreja e líder de pequenos grupos, ouvia, com atenção, o que Gary dizia. Antes de freqüentar a Aliança da Vida, ele fazia parte de uma congregação onde, lamentavelmente, aconteceu uma séria divisão. Conforme ele ouvia a descrição de Gary sobre os valores duradouros de nossa igreja, seus pensamentos ocuparam-se em comparar os valores evidentes em sua antiga igreja com os nossos. “Por que minha experiência foi tão diferente?”, Jim se perguntava.

Ele ouviu Gary afirmar que, desde o início, a Igreja Aliança da Vida tinha amor pela Palavra de Deus.

Jim disse para si mesmo: sim, nós tínhamos isso.

Gary continuou: “Amávamos Jesus Cristo e éramos gratos pelo seu sacrifício substitutivo na cruz”.

Sim, Jim pensou, nós tínhamos isso também. “Amávamos a graça e a adoração.”

Sim, isso também.

“Acreditávamos na importância dos relacionamentos”, Gary acrescentou.

Mais uma vez, Jim respondeu intimamente: Certo, tínhamos

isso.

Então, Gary disse: “E havia uma forte ênfase na humildade, especialmente entre os líderes”.

E Jim pensou: Não, isso não tínhamos.

Perguntemos a nós mesmos: no que se refere aos valores segundo os quais vivemos, o que os outros dirão sobre nós um dia? Eles testificarão que a humildade era uma característica de nossa vida?

Tantos empreendimentos humanos, tantos propósitos grandiosos da humanidade têm sido arruinados devido à falta de humildade dos envolvidos. No capítulo seguinte observaremos quão perigoso é o orgulho. Mas, nossa motivação para removê-lo deve ir além do conhecimento das ciladas que ele traz e de seus perigos. Nossa busca deveria ser conduzida pela maravilhosa promessa que a humildade nos garante: Deus dá graça aos humildes!

O que você está edificando com sua vida? Um casamento? Uma família? Um trabalho? Uma igreja? Uma carreira? Em suas atividades, você tem consciência de que necessita da graça de Deus para dar a seus esforços valores duradouros? Você deseja a ajuda e a bênção providenciais de Deus? Então, permitamos que a promessa de humildade molde nossa vida e nossas escolhas; assim, nossos filhos e outras pessoas, um dia, olharão para o passado e dirão de nós: Eles tinham humildade. Tinham o que importa.

 


Autor: C. J. Mahaney

C. J. Mahaney lidera o Sovereign Grace Ministries, em Maryland (EUA), cuja missão é estabelecer e apoiar igrejas locais. Durante 27 anos, serviu como pastor na Covenant Life Church, em Maryland, Washington, DC.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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