terça-feira, 19 de março

Valorize a santidade do sexo

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Por milhares de anos, a sociedade dependeu de alguma aparência de ordem em matéria de sexo. Um homem tomava uma esposa (ou esposas) de alguma forma regularmente prescrita e vivia com ela (ou com elas) segundo regras reconhecidas. Somente para seu próprio risco, ele “mexeria” com a mulher de outro homem. Uma mulher sabia que possuía um tesouro inestimável: sua virgindade. Ela a guardava com zelo para o homem que estivesse disposto a pagar um preço por isso — o compromisso de se casar com ela, e com ela somente. Mesmo em sociedades em que a poligamia era permitida, havia regras que governavam as responsabilidades entre os cônjuges, regras das quais dependia toda a estabilidade da sociedade.

De alguma forma, tivemos a ideia de que estamos autorizados a esquecer todos os regulamentos e sair impunes. Os tempos mudaram, costumamos dizer. Finalmente, estamos “liberadas” de nossas inibições. Agora, temos Sexo e a Garota Solteira. Temos liberdade. Podemos, de fato, “ter tudo isso sem estarmos amarrados”. Se quiserem, as mulheres podem ir à caça, assim como os homens. Os homens não são homens a menos que provem sua masculinidade seduzindo o maior número possível de mulheres — ou de homens, pois agora podemos escolher segundo a “preferência sexual”. Podemos ir para a cama com pessoas do sexo oposto ou do mesmo sexo que nós. Isso não importa. Uma mera questão de gosto, e todos nós temos “direito” aos nossos gostos. Todos são iguais. Todos são livres. Ninguém mais está preso nem precisa negar nada a si mesmo. Na verdade, ninguém deve negar a si mesmo algo que deseje ardentemente — é perigoso fazê-lo. Não é saudável. É doentio. Se isso o faz sentir-se bem e, mesmo assim, você não o faz, é paranoico. Se não o faz sentir-se bem, mas, ainda assim, você o faz, é masoquista.

O motivo pelo qual minhas colegas de quarto e eu acreditávamos que ser solteira era sinônimo de virgindade não era o fato de sermos estudantes universitárias naquela época — uma época em que todo mundo acreditava nisso. Não era por sermos ignorantes. Não era por sermos ingênuas demais para ouvir que as pessoas têm cometido adultério e fornicação há milênios. Não era porque ainda não havíamos sido liberadas ou porque éramos completas idiotas. A razão para isso era o fato de sermos cristãs. Nós valorizávamos a santidade do sexo.

Eu me sentava àquela escrivaninha perto da janela e ficava refletindo, constante e intensamente, acerca do casamento. Eu sabia o tipo de homem que queria. Teria de ser um homem que valorizasse a virgindade — a sua própria, assim como a minha — tanto quanto eu.

O que as mulheres de hoje querem? O que os homens querem? Quero dizer, bem lá no fundo. O que eles realmente querem? Se os “tempos” mudaram, as aspirações humanas também mudaram? E o que dizer dos princípios? Os princípios cristãos mudaram?

Eu digo não às últimas três perguntas, um enfático não. Estou convencida de que o coração humano anseia por constância. Ao renunciarmos à santidade do sexo em troca de “dar uns amassos” e “transar” de uma forma casual e indiscriminada, renunciamos a algo sem o que não podemos viver bem. Há monotonia, enfado e tédio absolutos na vida como um todo quando a virgindade e a pureza não são mais protegidas nem valorizadas. Ao tentarmos agarrar satisfação em todos os lugares, não a encontramos em lugar algum.

Artigo adaptado do livro Paixão e Pureza, de Elisabeth Elliot, Editora Fiel.


Autor: Elisabeth Elliot

Elisabeth Elliot (1926–2015) foi uma das mulheres cristãs mais influentes do século XX. Nascida na Bélgica, filha de missionários, ela inspirou, com sua fé corajosa, seguidoras de Cristo em todo o mundo através de suas experiências como esposa, mãe e missionária. Seu primeiro marido, Jim Elliot (1927–1956), foi morto, com outros quatro missionários, quando buscava dar testemunho de Cristo entre os Auca, atualmente conhecidos como Huaorani, no leste do Equador. Alguns anos depois dessa tragédia, Elisabeth, com sua filha ainda pequena, passou a viver entre os membros dessa mesma tribo, a fim de compartilhar com eles o precioso evangelho. Em seu retorno para os Estados Unidos, Elisabeth deu início ao seu ministério como palestrante e escritora, publicando mais de vinte livros que foram traduzidos para diversas línguas. Seu ministério continua a influenciar gerações de mulheres ao redor do mundo.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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