O texto abaixo foi extraído do livro Humildade, de J. C. Mahaney, da Editora Fiel
UMA CULTURA que tão frequentemente recompensa os orgulhosos – um mundo pronto a admirá-los e aplaudi-los, um mundo ávido para dar-lhes o rótulo de “excelente” – a humildade às vezes atrai a atenção com alguma surpresa.
Veja, por exemplo, o livro Empresas Feitas Para Vencer, um sucesso de vendas. Desde 2001, este manual de liderança de Jim Collins tem se tornado um dos mais populares e influentes no mundo dos negócios. Raramente encontro um líder que não o tenha lido. O livro baseia-se na seguinte pergunta: Uma boa empresa pode se tornar uma grande empresa? E, se pode, como isso acontece? A fim de encontrar a resposta, Collins e um grupo de pesquisadores estudaram, durante cinco anos, onze corporações que deixaram de ser meramente boas empresas para se tornarem grandes empresas.
Tive oportunidade de ouvir Jim Collins falar sobre esse tópico para um público de pastores e líderes de empresas. Em sua apresentação, Collins identificou duas qualidades específicas de caráter compartilhadas pelos diretores dessas empresas feitas para vencer.
A primeira qualidade não foi uma surpresa: aqueles homens e mulheres executivos possuíam um incrível desejo profissional – eram batalhadores e se dispunham a suportar qualquer coisa para trazer sucesso à sua empresa.
Entretanto, a segunda característica que tinham em comum não era algo que os pesquisadores esperavam encontrar. Aqueles líderes eram abnegados e modestos. Eles sempre se referiam à contribuição dos outros e não gostavam de chamar atenção para si mesmos. “Os líderes feitos para vencer nunca quiseram se tornar heróis extraordinários”, escreveu Collins. “Nunca desejaram ser colocados num pedestal nem almejaram se tornar ícones inacessíveis. Eles aparentemente eram pessoas comuns produzindo, com tranquilidade, resultados extraordinários.”
Quando Collins entrevistou pessoas que trabalharam para aqueles líderes, elas “sempre usavam palavras como: quieto, humilde, modesto, reservado, tímido, cortês, bem-educado, abnegado, tolerante, não era confiante em suas próprias habilidades e outras palavras semelhantes” para descrevê-los.
Aos olhos de deus
Nisso tudo, parece que há uma consciência do valor da humildade – reconhecimento de que a humildade funciona, de que ela é eficaz em outorgar respeito e confiança por parte das outras pessoas àqueles que a possuem.
Sim, é espantoso, mas, às vezes, a humildade atrai a atenção do mundo. Entretanto, existe uma coisa ainda mais surpreendente: A humildade atrai a atenção de Deus. Em Isaías 66.2 lemos as seguintes palavras do Senhor:
O homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra.
Esta profunda passagem nos direciona a uma motivação e a um propósito totalmente diferente a respeito da humildade. Uma motivação e um propósito que jamais encontraremos nas páginas de um manual de negócios. Nessa passagem, encontramos motivação e propósito alicerçados no impressionante fato de que a humildade atrai o olhar de nosso Soberano Deus. Se entendermos as circunstâncias em que esta passagem foi escrita, encontraremos um significado ainda mais rico. Aqui, Deus se dirige aos israelitas, um povo com uma identidade única. Escolhidos por Deus, dentre todas as nações da terra, eles possuíam tanto o templo quanto a Torá – a Lei de Deus. Mas, não tremeram da palavra de Deus. Em certo sentido, eles tinham tudo a seu favor, exceto o mais importante. Eles não eram humildes diante de Deus.
Então, nessa passagem, Deus, em sua misericórdia, tira a atenção dos israelitas da orgulhosa suposição de serem privilegiados como escolhidos de Deus, e da preocupação que eles tinham com os adornos da religião. Estas coisas não atraem seu olhar ativo e gracioso, mas a humildade o faz.