sábado, 14 de dezembro
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A fé é um dom de Deus (1/2)

O texto abaixo foi extraído do livro A fé que agrada a Deus, de Sillas Campos, Editora Fiel.

 

No capítulo anterior, distingui a fé verdadeira de um mero acreditar. A fé que agrada a Deus ocorre quando a verdade de Deus conquista a nossa mente, coração e volição ao ponto de nos levar a pensar, sentir e agir de forma diferente.

No texto bíblico que analisaremos agora, Efésios 2.1-9, lemos que somos “salvos pela graça, por meio da fé”. O primeiro ponto é que a salvação de Deus para o pecador é pela graça, ou seja, é uma dádiva imerecida de Deus. Isso significa que não podemos merecer a nossa salvação através de boas obras. Na verdade, é o contrário: praticamos boas obras porque fomos salvos.

Lemos também que somos salvos “por meio da fé” (v. 8b). Paulo fala, em Filipenses 3.8-9, que a nossa justiça não vem por cumprirmos à risca a lei de Deus, mas mediante a fé em Cristo. Ou seja, no julgamento final, Deus irá nos considerar justos ou injustos não com base em nossas obras, mas na fé no Redentor.

Isso demonstra a importância da fé. Sendo assim, precisamos saber qual é a origem dessa fé? Nascemos com ela? É algo inerente a todos? Ou, é um dom de Deus? É sobre isso que meditaremos neste capítulo.

Antes de tudo, precisamos notar que a resposta para essa pergunta possui implicações importantes. Ela representa uma bifurcação teológica com consequências práticas. Por exemplo, se todos têm o poder em si mesmos de crer, aqueles que tiveram fé poderão dizer: “Eu fui salvo porque eu cri! Eu decidi! Eu escolhi certo. Eu fui mais esperto e sábio que os demais.”

Essa resposta também traz implicações sobre a forma como compartilharmos o evangelho. Se todos têm o poder em si mesmos de crer, minha estratégia evangelística buscará apelar para essa decisão – e usualmente acaba sendo centrada no homem (antropocêntrica). Porém, se depende exclusivamente de Deus, não há como manipular o homem para crer e resta somente confiar em Deus e pregar a Cristo, e ele crucificado – uma evangelização centrada em Deus (teocêntrica).

A fé que agrada a Deus é um presente de Deus

Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. (v. 8-9)

Então, de onde vem a fé salvífica? O texto de Efésios 2 nos oferece uma resposta. Nos versículos, lemos que algo é “dom de Deus”. Entretanto, o que é “dom de Deus”, a graça ou a fé? Há um grande debate sobre esse assunto, pois, na língua original, “isto” não concorda nem com “fé”, nem com “graça”.

Mas o texto é inequívoco em apontar, afinal, que todo o processo de salvação é dom de Deus, é um presente de Deus. A fé faz parte desse pacote! Veja o contexto no começo de Efésios 2. No versículo 1 é dito: “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados”. Esse “estavam mortos” mostra um estado contínuo de morte. E nessa situação de morte, eles (1) seguiam os valores e a cultura deste mundo, (2) seguiam o príncipe do poder do ar – ou seja, eram energizados e dirigidos por Satanás –, (3) seguiam os desejos da carne e de seus pensamentos e, por isso, (4) eram merecedores da ira de Deus!

Estávamos “mortos em delitos e pecados”. Mortos! Como pode um morto crer? Só se Deus o ressuscitar! Os versículos 4 e 5 comparam nossa conversão a uma ressurreição: “Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos.” Veja bem: “quando nós ainda estávamos mortos”.

 


Autor: Sillas Campos

Sillas Campos é pastor da Igreja Batista Central de Campinas (SP). Formado em Teologia pelo San Diego Christian College (EUA) e mestrando em Teologia pela Liberty University.

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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