sexta-feira, 22 de novembro
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10 versículos-chave da Bíblia sobre sabedoria e discernimento

Este artigo faz parte da série Versículos-chave

Todas as seções de comentários adaptadas da Bíblia de Estudo da Fé Reformada com Concordância, Editora Fiel.

 

1. Provérbios 1.7

O temor do Senhor é o princípio do saber,

mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.

O tema principal de Provérbios e a contribuição decisiva do antigo Israel para a busca humana por conhecimento e entendimento. O temor do Senhor é a única base do verdadeiro conhecimento. Esse temor não é um terror desconfiado de Deus, mas, em vez disso, é o temor reverente e a resposta de fé em adoração ao Deus que se revela como o Criador, o Salvador e o Juiz. Embora relacionamento pactual de Israel com Deus receba pouca atenção em Provérbios, o uso do nome divino associado à aliança, “Senhor” (do hebraico Yahweh; cf. Êx 3.15; 6.3 e notas), é significativo. Indica que a aliança redentora de Deus com seu povo e a revelação especial que o acompanha são fundamentais para a verdadeira sabedoria. Em Deuteronômio, “temer o Senhor” significa viver segundo as estipulações do pacto em resposta agradecida à graça redentora de Deus (Dt 6.2, 24). O templo construído por Salomão tornou-se, posteriormente, a expressão visível da relação pactual de Israel com o Senhor, que é novamente descrita como o “temor” do Senhor (1Rs 8.40, 43). Há uma ligação importante, por meio de Salomão e do templo, entre a sabedoria bíblica e a teologia pactual que se encontra no Antigo Testamento.

O texto hebraico significa ou o ponto inicial do saber ou sua melhor parte. A primeira opção está em vista aqui, não como um ponto de partida que alguém deixa para trás, mas, sim como ocorre na matemática — ciência na qual usamos os números inicialmente aprendidos em todos os estudos posteriores. Embora, em sua graça comum, Deus capacite os crentes a saber muito a respeito do mundo, somente o temor do Senhor capacita alguém a saber o que algo significa em última análise. Nessa perspectiva, a sabedoria segue a tarefa de refletir a experiência humana.

 

2. Provérbios 3.5–6

Confia no Senhor de todo o teu coração

e não te estribes no teu próprio entendimento.

Reconhece-o em todos os teus caminhos,

e ele endireitará as tuas veredas.

Confiar no Senhor é depender totalmente da sua Palavra  e das suas promessas reveladas por meio dos sábios (2.6; 16.20). O texto adverte contra confiar exclusivamente em seu próprio entendimento, mas não proíbe que seja usado. “Reconhece-o” é a expressão prática da mente que se submete a Deus e o conhece. O caminho reto é o caminho do justo (2.20), que conduz à vida (12.28), e deve ser contrastado com o caminho tortuoso (2.15), que conduz à morte (2.19). O caminho reto é também o caminho plano (15.19). Ambos são metáforas da ausência de obstáculos (ver 3.23; 4.12).

 

3. Tiago 1.5

Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.

Ser sábio em termos bíblicos é conhecer e entender o temor a Deus, fazer o que lhe é agradável (Hb 5.14). O capítulo 3 desenvolve esse tema.

Deus é a fonte de sabedoria. Ele a dá àqueles que a buscam sinceramente nele.

 

4. Efésios 5.6–10

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.

Embora o dia de prestação de contas possa ser negado com “palavras vãs” (cf. 2Pe 3.3, 4), o julgamento de Deus estabelecerá a separação final entre “os filhos da desobediência” (2.2; cf. 5.5) e os filhos amados de Deus (1.4, 5; 5.1).

Embora o dia de prestação de contas possa ser negado com “palavras vãs” (cf. 2Pe 3.3, 4), o julgamento de Deus estabelecerá a separação final entre “os filhos da desobediência” (2.2; cf. 5.5) e os filhos amados de Deus (1.4, 5; 5.1).

Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor.

 

5. 1 João 4.1

Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.

O dom do Espírito Santo, dado por Deus, está em contraste com os muitos espíritos que impelem os falsos profetas no mundo a propagarem oposição a Cristo (2.18). Como Paulo fez em 1 Coríntios 12.3, João mostra como podemos distinguir o Espírito da verdade dos espíritos de erro: aqueles que reconhecem Jesus como o Messias são de Deus, enquanto aqueles que não reconhecem Jesus não são. Essa confissão é o maior divisor entre os que são “de Deus” e os que são do “mundo” (cf. 2.18-27).

Paulo também advertiu contra os falsos mestres que surgiriam entre os crentes (At 20.29-31). Como no caso de Simeão, o mago (At 8.9-24), ser membro visível de uma Igreja não garante a salvação. A apatia interior e a hostilidade para com o evangelho podem ser mascaradas por uma conformidade exterior com os padrões da Igreja e uma profissão de fé verbal. Os falsos mestres revelaram sua hostilidade não apenas por saírem, mas também pela maneira como saíram. Como saíram para se opor ao evangelho, a saída deles foi uma renúncia à Igreja e à mensagem do evangelho, semelhante à saída de Judas da presença de Cristo durante a Última Ceia (Jo 13.30).

 

6. Romanos 12.2

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

(12.2) E não vos conformeis… transformai-vos pela renovação da vossa mente. Antes, os cristãos eram “nulos em seus próprios raciocínios” (1.21). Mas agora a mente do cristão deve ser determinada e remodelada pelo conhecimento do evangelho, pelo poder do Espírito e pelos interesses da era vindoura (8.5- 9; 13.11-14), mas não pela tendência passageira dessa era (2Co 4.18; 1Jo 2.17). Somente por meio dessa renovação santificadora é que o cristão se torna suficientemente sensível para “conhecer” o comportamento que a vontade de Deus revelada exige em cada situação.

 

7. Tiago 3.13–18

Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins. A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.

Assim como Tiago exorta os crentes a demonstrarem sua fé por meio de obras, também requer a demonstração de sabedoria por meio de um viver santo. Aquele que é verdadeiramente sábio no Senhor mostrará “as suas obras” ou “frutos” (cf. v. 17) ao abençoar com a língua e não amaldiçoar (cf. de novo 3.10-12). 

O sinal de sabedoria é um espírito humilde e gentil. Como arrogância e insensatez caminham juntas, assim o fazem sabedoria e humildade.

Inveja e cobiça envenenam o espírito. Estão ligadas à ambição egocêntrica e autossatisfatória. Esses erros cegam a pessoa para os verdadeiros entendimento e sabedoria, e são contrários ao amor ao próximo.

A sabedoria divina é colocada em acentuado contraste com a sabedoria deste mundo. A sabedoria da carne reflete o engano de Satanás, sendo também insensatez aos olhos de Deus.

Anteriormente, Tiago mostrou que a língua é capaz de produzir males desastrosos, mas agora ele enfatiza o poder destrutivo da inveja e do egoísmo. Daí fluem todos os tipos de males, incluindo vandalismo, assassinato, adultério, conflitos, roubo, calúnia e outros pecados que ofendem as pessoas e provocam o caos na comunidade.

A sabedoria, que é um dom de Deus (1.5), reflete a pureza do próprio Deus. De novo, a sabedoria está ligada à piedade, porque Deus mesmo é a fonte da verdadeira sabedoria. pacífica. Trata-se de paz autêntica, livre de uma atitude de conflito. Prudente e respeitosa em relação aos sentimentos das outras pessoas.

Disposta a ouvir os outros e a obedecer-lhes. plena de misericórdia. A pessoa sábia não é mesquinha em misericórdia, mas demonstra caridade em medida abundante.

bons frutos. Aqueles que participam da verdadeira sabedoria “do alto” produzirão “bons frutos”, porque foram gerados (“regenerados”) como “primícias” da nova Criação incipiente (1.18). Aqueles que são parte da nova Criação produzirão novos e “bons frutos”. imparcial, sem fingimento. A pessoa sábia é justa, sem engano, trapaça ou fraude.

O fruto colhido por plantarmos sabedoria é uma abundante colheita de justiça. Esses frutos “justos” dos verdadeiros crentes, que são agora semeados por Deus (cf. 1.18), serão colhidos no fim do tempo e indicarão que essas pessoas tinham fé autêntica em todo o decurso do seu crer (cf. 2.14-26). Um desses frutos é a “paz”, um dos sinais reveladores da chegada da nova Criação, que será consumada na colheita final (cf. Gl 6.15, 16).

 

8. Provérbios 37.30-31

A boca do justo profere a sabedoria,

e a sua língua fala o que é justo.

No coração, tem ele a lei do seu Deus;

os seus u passos não vacilarão.

Governadas interiormente pela lei de Deus, tanto a palavra como as ações de uma pessoa reta são sábias e justas. Em hebraico, “coração” é o modo normal de se referir ao princípio interno que governa a realização externa (Pv 4.23).

 

9. Filipenses 1.9–10

E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes se serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo.

(1.9, 10) Paulo diz aos filipenses não somente que ora em favor deles (v. 4), mas também o conteúdo dessa oração. A crença cristã (“conhecimento e toda a percepção”) encontra expressão no amor cristão e no comportamento que é sincero e inculpável (cf. Cl 1.9-11). A ausência de amor mostra que o suposto conhecimento não tem valor algum (1Co 13.1-3); e que o amor é, em si mesmo, conhecimento do tipo mais profundo (1Co 8.1-3). A seriedade da oração de Paulo para que o “amor aumente mais e mais” entre os filipenses se tornará mais evidente em 2.1-18.

 

10. Romanos 11.33–35

Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?

(11.33-36) Havendo unificado as várias linhas de seu argumento, Paulo responde agora em estilo lírico, com uma canção de louvor que atinge alturas que correspondem à profundeza do interesse que ele expressou em 9.2, 3. Os lidares de Deus com judeus e gentios exibem uma amostra de sua majestade em que sua soberania (“dele”), sua atividade soberana (“por meio dele”) e sua glória soberana (“para ele”) manifestam-se ricamente (v. 36).


Selecionamos algumas literaturas nas quais você poderá se aprofundar no tema:

O temor do Senhor – Experimente a alegria de conhecer a Deus, Michael Reeves, Editora Fiel

Homens Sábios – A sabedoria de provérbios para homens, John Crotts, Editora Fiel

Mulheres Sábias – A sabedoria dos provérbios para mulheres, Lydia Brownback, Editora Fiel


Autor: Editorial online do Ministério Fiel

Ministério: Editora Fiel

Editora Fiel
A Editora Fiel tem como missão publicar livros comprometidos com a sã doutrina bíblica, visando a edificação da igreja de fala portuguesa ao redor do mundo. Atualmente, o catálogo da Fiel possui títulos de autores clássicos da literatura reformada, como João Calvino, Charles Spurgeon, Martyn Lloyd-Jones, bem como escritores contemporâneos, como John MacArthur, R.C. Sproul e John Piper.

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